O secretário estadual da Fazenda, Carlos Martins, se prepara para a disputa eleitoral em Candeias, município da Região Metropolitana de Salvador. Por lá vai enfrentar dois grupos políticos fortes que se alternam no poder há duas décadas.
Para se candidatar, Martins deve deixar o governo em meados de março. O governador Jaques Wagner reconhece publicamente a saída de Martins, mas faz mistério com relação ao novo nome. No entanto, diversas fontes têm a convicção de que o nome já está definido: José Sergio Gabrielli.
Gabrielli nega. Wagner também. Contudo, a maioria dos assessores e quadros partidários dão a chegada do presidente da Petrobras à administração estadual como certa. Circula, há algum tempo, na imprensa local e nacional que Gabrielli deixará a Petrobras. Maria das Graças, que é diretora de carreira da Petrobras, é cotada para assumir um cargo.
Até agora tudo que se tem são especulações, mas a cada dia aumentam os burburinhos em torno deste cenário. Caso Gabrielli desembarque no governo Wagner, a disputa da sucessão estadual vai ficar ainda mais acalorada.
Junta-se ao economista, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, o senador Walter Pinheiro e a prefeita de Lauro de Freitas, que corre pelas beiradas, Moema Gramacho. Isto sem contar com os aliados de peso como o vice-governador, Otto Alencar.
Candeias
O secretário minimizou a ameaça de processo por campanha eleitoral antecipada. De acordo com ele, os outdoors colocados na BR-324 na entrada de Candeias foi uma maneira de agradecer pelas mensagens de apoio que vem recebendo.
“Não creio que o rigor eleitoral vá até este extremo. São apenas quatro outdoors retribuindo o carinho que as pessoas tiveram comigo quando enviaram diversos cartões, cartas, mensagens de apoio. Eu usei uma forma muito pequena para agradecer à população”.
O secretário reconhece o desafio de administrar uma cidade que, segundo ele, vem sendo negligenciada nas últimas duas décadas por governos irresponsáveis e sem projetos. “A cidade vive um caos administrativo. A coleta de lixo não funciona, as ruas estão cheias de buracos, a educação municipal não existe. A prefeitura não tem liderança política para buscar os recursos estaduais e federais. Enfim, um quadro completo de caos, que não é de agora, vem dos últimos 20 anos. São dois grupos que se revezam, mas que compartilham a mesma ideologia”.
Martins está otimista com o quadro que vem se formando em torno da sua candidatura. No entanto, não quis revelar quais os partidos que já fecharam com ele, mas garantiu que dentro do PT todas as questões foram dirimidas. “Pesquisas quantitativas e qualitativas apontam para um cenário positivo. É um nome novo, mas que não tem nenhuma macula, nem política, nem de qualquer outro tipo. A população de Candeias vai abraçar esta candidatura”.
O petista espera levar a experiência adquirida nos últimos anos para “arrumar a casa”. Ele aponta como principais metas os investimentos em saúde e educação profissionalizante. Além disso, o secretário defende uma espécie de consórcio entre as cidades que integram a Região Metropolitana de Salvador.
“Minha principal meta é fazer um consórcio metropolitano para que possamos pegar cinco ou seis prefeituras, se não as 12, para trabalhar conjuntamente. A ideia é atacarmos as questões de saúde, educação e segurança. Defendo, por exemplo, a construção de um hospital da mulher metropolitano, para que nossas mulheres não morram mais de câncer de mama. Precisamos trabalhar a educação profissionalizante nestes municípios e aderir ao “Pacto pela Vida”.
Foto: Gilberto Júnior // Bocão News
*Matéria Publicada no dia 05.01.2012 às 14h56
