Política

Delegado da PF fez apenas duas diligências e concluiu que patrimônio de Flávio Bolsonaro era compatível com renda

Beto Barata/Agência Senado
Conclusão vai na contramão das suspeitas do Ministério Público do Rio no caso da rachadinha  |   Bnews - Divulgação Beto Barata/Agência Senado

Publicado em 21/06/2020, às 12h33   Folhapress


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No relatório do inquérito eleitoral envolvendo Flávio Bolsonaro, o delegado da Polícia Federal Erick Blatt afirmou que "a renda do investigado na época (2014) era compatível com os bens declarados e que não houve evolução patrimonial significativa entre 2012 e 2014."

Oposto A conclusão vai na contramão de suspeitas do Ministério Público do Rio, no caso da rachadinha. No período citado, promotores afirmam ter indícios de que Flávio comprou dois imóveis usando dinheiro vivo de forma ilegal. O documento foi entregue à Justiça em março deste ano.

Ação Para dizer que não houve evolução patrimonial e que a renda era compatível, Blatt fez apenas duas diligências básicas: tomou o depoimento do senador e analisou seu imposto de renda.

Gaveta No inquérito, a PF não viu indícios de crimes cometidos por Flávio, como mostrou a Folha em fevereiro. A investigação foi aberta para apurar suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, no âmbito eleitoral.

Blatt, que foi o segundo delegado a tocar o caso, disse no relatório que não havia motivo para investigar lavagem, por não haver um crime antecedente apto a produzir receita.

O policial destacou em sua conclusão que sua investigação tratava apenas de questões eleitorais e que nada tinha a ver com a da rachadinha, que já estava nas mãos do Ministério Público do Rio. Basicamente, seu objetivo era saber se o político havia mentido em sua declaração de bens em 2014, omitindo algum imóvel.

A investigação sofreu críticas internamente na polícia. No meio de maio, o delegado foi trocado da chefia da Delegacia de Defesa Institucional.

O procedimento aberto na PF teve como origem uma notícia crime feita pelo advogado Eliezer Gomes da Silva com base em reportagem da Folha de janeiro de 2018 que apontava a evolução patrimonial de Jair Bolsonaro, então deputado federal, e seus filhos políticos.

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