Política

Otto avalia que aproximação do governo com centrão para se blindar da prisão de Queiroz não deve surtir efeito

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O senador também reiterou que a bancada do PSD da Bahia não faz parte do “centrão" e faz parte da oposição a Jair Bolsonaro  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Senado Federal

Publicado em 22/06/2020, às 15h43   Marcos Maia


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O senador Otto Alencar (PSD) avalia que uma aproximação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o chamado “centrão”, com o objetivo de se blindar dos eventuais desdobramentos da prisão do policial militar reformado Fabrício Queiroz, não deve funcionar.

Em entrevista ao BNews na tarde desta segunda-feira (22), o senador avaliou que a cada dia que passa, o presidente perde mais respaldo no Legislativo - tanto na Câmara, quanto no Senado. Contudo, ele pondera que esse desgaste crescente não deve se aprofundar com os últimos acontecimentos em virtude do esquema de trabalho remoto atualmente em vigor.

"No sistema remoto é impossível você fazer uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]. É quase que impossível. [...]. O sistema remoto não dá as condições para o aprofundamento de uma CPI ou um impeachment. Isso tem favorecido o Bolsonaro. Inclusive, o próprio Flávio Bolsonaro tem duas representações no Conselho de Ética que não estão sendo analisadas exatamente porque o sistema é remoto", reiterou.

Ainda assim, o senador pondera que a prisão de Queiroz deve comprometer muito a situação do governo, uma vez que ela ocorreu em um imóvel em Atibaia, São Paulo, pertencente ao advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e de Bolsonaro. Para Alencar, essa é uma prova "contundente" de que o PM reformado era o comandante de um processo "criminoso e vergonhoso" de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Já a possibilidade de desdobramentos a partir do que já está posto dependerá de uma eventual delação por parte do Queiroz, pondera Alencar. "É lamentável. Sinto que o Brasil não merecia estar em uma situação como essas. Um ano e seis meses de governo, e o presidente precisando se explicar pelos erros que cometeu no passado, que seus filhos cometeram no passado. É uma coisa muito triste, lamentável", opinou.

O senador também reiterou que a bancada do PSD da Bahia não faz parte do “centrão”, e destacou que tanto ele, quanto senador Angelo Coronel, e os demais parlamentares da legenda, fazem oposição ao governo Bolsonaro. "Não estamos na conta do centrão", concluiu.

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