Política

Vereador crê em veto de ACM Neto a proposta de reabrir templos religiosos: "Nesse momento não cabe flexibilizar"

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"Baseado no histórico como tem tratado [a pandemia], acho que ele vai vetar", disse Sílvio Humberto ao BNews  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 25/06/2020, às 12h57   Luiz Felipe Fernandez


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O vereador Sílvio Humberto (PSD) foi um dos edis que votaram contra o projeto de reabertura de templos religiosos em Salvador em meio ao estado de calamidade pública, aprovado na Câmara Municipal nesta terça-feira (22). 

Em conversa com o BNews, ele disse acreditar que o prefeito ACM Neto, que tem feito um bom trabalho frente à pandemia de Covid-19, sancione o projeto de autoria do vereador Luiz Carlos (Republicanos), após forte pressão de evangélicos.

"Baseado no histórico como tem tratado [a pandemia], acho que ele vai vetar", crê Sílvio Humberto, que reconhece a dificuldade de Neto diante do potencial de "perder" este eleitorado.

O edil defende a união entre a fé a ciência, principalmente em um momento de surto do novo coronavírus. "Fé e ciência caminham juntas, uma não nega outra", resume.

Durante inauguração da UPA do IAPI, o prefeito ACM Neto disse que respeita o Legislativo, mas que conforme foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), decisões relacionadas ao enfrentamento da doença são do Executivo. Ele diz que tem dialogado com líderes religiosos mas que a reabertura só sera feita com "critério, segurança e consciência".

POPULAÇÃO NEGRA E DADOS DA COVID-19

Apesar de reconhecer os esforços e a sintonia entre as secretarias de Saúde do Estado e do Município, o vereador do PSD se queixa da falta de políticas públicas voltadas para a população negra, que é a mais afetada pela doença.

Sílvio vê com "absurdo" a falta de uma especificação nos dados relacionados à Covid-19, de casos e mortes, para que seja feito um mapeamento e elaborada ações voltadas para este setor da sociedade.

Ele reitera que com este parâmetro, seria possível direcionar a comunição e a publicidade justamente para o público que mais precisa ser advertido. 

Somente oito estados no Brasil têm fornecido dados específicos sobre a incidência do novo coronavírus em pessoas de diferentes etnias

Em entrevista à TV Bahia, o secretário Fábio Vilas-Boas (Sesab) justificou a ausência de informações sobre raça e cor nos boletins. Segundo ele, o modelo adotado pelo Ministério da Saúde, que torna facultativo o preenchimento dos dados, dificulda este levantamento. 

Fábio ainda garantiu que a pasta tem se empenhado em cobrar que as informações sejam devidamente preenchidas.

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