Vereador ameaça colega em Feira de Santana: "Se bater comigo na micareta, a gente conversa" ; vídeo

Inspirado no filme "Te pego lá fora", o vereador Ron do Povo (MDB) resolveu partir para a ameaça contra o colega de legislatura Roberto Tourinho (PSB), na sessão desta quinta-feira (6), em Feira de Santana, centro norte baiano. Irritado com questionamentos do opositor sobre a aplicação de recursos para a pandemia, Ron declarou: "se na micareta se bater comigo, a gente vai conversar". A afirmação foi feita direto da tribuna da Câmara Municipal.

O emedebista disparou outras críticas a Roberto Tourinho e o acusou de ter "cuspido no prato que comeu" por, atualmente, não pertencer mais à base de governo do prefeito Colbert Martins (MDB). Entre as declarações, Ron chegou a mencionar que, caso fosse morto, haveria revide. "Não tenho medo da morte. Já vivi e tenho honra a meu povo, mas se ameaçar de botar o vereador Ron em um caixão, depois aguarde. Quem mandou não vai, não. Vai a família toda. Mandei o recado”, disse ele, sem citar nomes.

Racha interno?

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Lamentável

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O político questionou a postura de Roberto Tourinho que, segundo ele, trataria os colegas da Câmara com desrespeito. "Vossa excelência precisa ter mais respeito aqui pelos colegas. Quadrilha? O senhor, então, fez parte da quadrilha. Tu é frio e calculista, vereador”, disse Ron. “Quando o vereador Tourinho ataca colegas, o prefeito Colbert e o ex-prefeito José Ronaldo, ele não olha para as calças que veste e as coisas que fez no governo José Ronaldo”, continuou. A reportagem não conseguiu contato com Ron do Povo.

Em entrevista ao BNews​​, Roberto Tourinho disse que o discurso de Ron é "desconexo da realidade". "Prefiro não dar Ibope a este vereador de primeiro mandato. Deixa que a cidade de Feira de Santana avalie se ele merece renovar o assento na Câmara. Não consegui entender esse discurso desencontrado feito por ele, pessoa com a qual nunca tive problema. Parecia papo de academia", disse o socialista.

Tourinho afirmou ter sido ameaçado por Ron após ter defendido a aprovação de um requerimento de sua autoria para que a prefeitura prestasse informação sobre a aplicação de R$ 60 milhões destinados à cidade para ações de combate ao coronavírus. "O requerimento sequer foi aprovado", lamentou.

O vereador lembrou que deixou a base da prefeitura, após ele mesmo ter solicitado instalação de CPI para apurar um escândalo envolvendo a administração municipal e a Coofsaúde, uma cooperativa de Saúde, em 2018. "Fui informado pela gestão de que vereador da base não poderia pedir CPI. Então, rompi com eles e mudei de partido". À época, Tourinho era filiado ao PV e migrou para o PSB, partido pelo qual é pré-candidato a prefeito de Feira de Santana.

O escândalo em questão resultou na prisão de dez pessoas envolvidas em um esquema criminoso que, segundo o Ministério Público estadual, desviou mais de R$ 100 milhões da área da Saúde na cidade.

Em relação às ameaças feitas por Ron, ele espera que a Corregedoria da Câmara adote providências. "Não tenho qualquer embate com o vereador. O órgão do legislativo é quem deve apurar o caso", concluiu.

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