Política
Publicado em 04/09/2020, às 06h05 Folhapress
Novo coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador Alessandro José Fernandes de Oliveira, 45, afirma que eventual diminuição no tempo de duração e na quantidade de procuradores do grupo poderá trazer prejuízo às investigações.
Em entrevista por escrito à Folha, ele disse que seus esforços têm sido para que o procurador-geral da República, Augusto Aras, que decidirá a respeito nos próximos dias, até aumente a estrutura.
“Entendemos que a redução do tempo de nomeação, ou a redução do número de integrantes, poderia trazer impactos negativos aos rumos da operação”, afirma Oliveira.
Procurador experiente na área criminal, que já integrava o grupo da Lava Jato na PGR (Procuradoria-Geral da República), ele assume as funções de Deltan Dallagnol, que anunciou seu afastamento na terça (1). O ex-chefe da operação disse que deixou a função para se dedicar mais a um tratamento de saúde de sua filha.
O novo coordenador acredita que os crimes descobertos em Curitiba “apontam para possibilidades investigativas em progressão geométrica” e que não é possível prever o fim da força-tarefa.
Ele defende a revisão, pelo plenário do Supremo, de decisões como a tomada recentemente pela Segunda Turma da corte, autorizando delatados a questionarem o teor de colaborações premiadas.
"Esperamos que o posicionamento seja revertido, senão precisaremos verificar como dar cumprimento às decisões nesse sentido.”
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