Política

Frente única dos partidos para derrotar Bolsonaro não deve acontecer, diz Jaques Wagner

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Senador afirmou que a única hipótese seria uma ameaça real à democracia  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 04/09/2020, às 10h38   Victor Pinto e Yasmin Garrido


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Em uma entrevista ao jornal O Globo, no final de agosto, o governador Rui Costa (PT) defendeu a possibilidade de a esquerda se unir em uma frente única dos partidos, até mesmo com o Democratas, para derrotar Bolsonaro em uma eventual disputa presidencial em 2022. No entanto, para o senador Jaques Wagner (PT-BA), a fala do chefe do executivo estadual baiano foi “mal interpretada”.

Para o petista, Rui se referiu à possibilidade como alternativa a uma real ameaça à democracia, “como aconteceu na época das Diretas Já, porque, realmente, a democracia é anterior às nossas escolhas político-partidárias-ideológicas”. Mas, para o senador, o quadro da democracia deve perdurar até as próximas eleições federais, o que faz com que ele não enxergue a união de todos os partidos em prol de uma vitória em cima de Bolsonaro.

“Aquela hipótese de Rui é em caso de uma ameaça à democracia. As falas do presidente da República são sempre dúbias e deixam aberta essa possibilidade [de queda da democracia]. A fala de Rui, em minha opinião, é para essa eventualidade. Fora isso, jamais terá tanta elasticidade, porque são concepções diferentes”, concluiu.

Clima tenso entre Guedes e os parlamentares
Quando questionado sobre o clima de tensão entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os deputados, principalmente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Jaques Wagner disse que “essas relações estão sempre azedas, porque a condução da política do governo é muito ruim”.

Para ele, Bolsonaro tem tentado, agora, fazer uso da velha política, abraçando o centrão e tentando fazer alianças para fugir de uma eventual retaliação. “No caso de Guedes, eu diria que é como um macaco numa loja de porcelana, porque na política não adianta apenas o conhecimento”. O senador afirmou que “na democracia as coisas andam por negociação, por entendimento”.

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