Política

Carlos Bolsonaro diz à PF não ser “covarde” em usar robôs e admite uso da rede social do pai

Agência Brasil
Depoimento foi prestado na última quinta-feira (10)  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 17/09/2020, às 20h27   Folhapress


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Em depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga atos antidemocráticos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse que não é "covarde ou canalha a ponto de utilizar robôs e omitir essa informação".

A reportagem teve acesso ao depoimento, prestado no dia 10. Conhecido como filho 02, o vereador admitiu ainda relação com contas pessoais do pai, o presidente Jair Bolsonaro, nas redes sociais.

Questionado pela PF, ele disse que não participa da política de comunicação do governo federal e que "tem relação apenas com divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelo governo federal nas contas pessoais do declarante e do seu pai".

Carlos prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também será ouvido pelos investigadores. A oitiva está prevista para a terça-feira (22).

O interrogatório foi realizado pela delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro, encarregada de conduzir as investigações do inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).

No início da oitiva, Carlos foi informado do seu direito de permanecer calado e de não responder a perguntas ou de responder a algumas e se calar em outras. O vereador não se furtou a responder aos questionamentos.

O vereador foi questionado sobre a utilização de robôs para impulsionamento de informações em redes sociais envolvendo memes ou trabalhos desenvolvidos pelo governo federal.

Ele então respondeu "jamais fui covarde ou canalha a ponto de utilizar robôs e omitir essa informação".

O inquérito em questão foi aberto em 21 de abril pelo ministro Alexandre de Moraes, a pedido da PGR, e mira integrantes da militância bolsonarista que participaram de manifestações com pautas favoráveis ao AI-5 e ao fechamento do Congresso e do STF.

Moraes já determinou mandados de busca e apreensão, quebra do sigilo bancário e outras diligências contra dez deputados federais, um senador e diversos outros apoiadores do chefe do Executivo.

O filho 02 disse à PF foi questionado sobre sua eventual ligação com assessores da Presidência da República apontados como integrantes do chamado "gabinete do ódio".

Ele disse que mantém contato com José Matheus Salles Gomes, um desses assessores, "em razão de solicitações realizadas pelo declarante [Carlos] no tocante a fornecimento de informações relacionadas aos trabalhos desenvolvidos pelo governo federal".

E que usa as informações para "divulgação nas suas redes sociais, uma vez que as redes sociais do declarante têm alcance maior do que de muitos órgãos do governo federal".

Ele disse que conheceu José Matheus por volta de 2010 ao saber de uma página mantida por ele no Facebook denominada "Bolsonaro Zueiro", na qual eram divulgados memes relacionados ao seu pai, que despertavam interesse dos usuários

Além de José Matheus, a polícia o questionou sobre o Tércio Tomaz Arnaud, outro assessor da Presidência suspeito de participar do chamado "gabinete do ódio".

Ele respondeu que foi apresentado a Tércio pelo próprio pai em 2017, em razão do conhecimento do assessor da Presidência em redes sociais.

Sobre um terceiro assessor da Presidência apontado como integrante do "gabinete do ódio", Carlos disse que tem ciência de Mateus Matos Diniz em relação com a assessoria da Presidência e que o conheceu por intermédio de José Matheus durante uma viagem pessoal.

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