Política

Mandetta sugere que Bolsonaro colocou agentes da inteligência para monitorá-lo e constrangê-lo

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Episódio é narrado em livro que será lançado pelo médico   |   Bnews - Divulgação Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Publicado em 25/09/2020, às 09h41   Redação BNews


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O ex-ministro da Saúde , Luiz Henrique Mandetta, sugere em seu livro "Um paciente chamado Brasil" pela editora Objetiva que o presidente Jair Bolsonaro teria colocado agentes da inteligência para monitorá-lo e constrangê-lo enquanto ainda fazia da pasta que se tornou a mais importante durante a pandemia.

“Eu estava com minha esposa no apartamento domingo e tinha saído para uma caminhada ali do lado, comprar chá e pão doce na padaria, a duas quadras de onde eu morava. Depois, na quinta-feira, achei estranho quando o presidente veio me dizer “hoje eu vou comer sonho na padaria”. E ele foi lá naquela padaria, que é diametralmente longe do Palácio do Planalto, comeu no balcão, criou aglomeração”, disse, durante entrevista ao jornal O Globo.

“Eu pensei, será que que ele veio até aqui para depois eu reclamar em público que ele aglomerou gente mais uma vez? Aí ele poderia dizer ‘mas você também veio aqui, conforme esta foto’.Eu me questionei: será que eles estão me monitorando, sabendo onde vou, onde deixo de ir? Eu nunca confirmei ou desconfirmei aquilo, mas era uma coisa estranha”, completou o ex-ministro. 

Ele acredita que o Brasil vai registrar pelo menos 180 mil mortes antes da produção em massa da vacina da Covid-19. Durante entrevista ao jornal o Globo, o médico lembrou também o processo de fritura que enfrentou no governo Bolsonaro.

“Se fôssemos extremamente duros, radical, nível Nova Zelândia, teríamos 30 mil mortes. Se tivéssemos nossas ferramentas de enfrentamento, luta, restrição, conscientização, educação em saúde e participação suprapartidária de todo mundo contra um inimigo em comum, seriam 80 mil. Se fizéssemos um caminho de não fazer nada, e deixar a onda explodir, é um número muito elevado. E estamos aí em 140 mil mortes (atualmente). Acho que até o surgimento da vacina é capaz de chegarmos aos 180 mil, que falamos no livro. Era contra os 180 mil que tínhamos que brigar, tínhamos que lutar para dar menos do que isso”, comentou Mandetta.

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