O secretário estadual das Relações Institucionais, Cézar Lisboa, não está tendo vida fácil neste início de ano. O período eleitoral se aproxima e as costuras para manter unida a base aliada exigem muita conversa e negociação.
Não bastassem as reuniões ordinárias com dirigentes das legendas aliadas para alinhar as eleições, outro assunto toma conta da pauta do comandante da Serin: mudanças no primeiro escalão do governo.
O convite do governador Jaques Wagner ao presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, mesmo antes de ele deixar o cargo – entre os dias 9 e 15 de fevereiro – para chefiar uma secretaria ainda não revelada deu coragem para muita gente começar a pleitear espaço.
Dentro do núcleo do recém criado PSD a cobrança já é pública: “queremos espaço”. O vice-governador Otto Alencar, que acumula a secretaria de Infraestrutura, afirmou que o partido está ao lado de Wagner para o “que der e vier”. Que não houve condicionantes para a parceria.
Contudo, o número expressivo de filiações, somado aos quadros qualificados e com prestígio, colocou em movimento um processo que incide diretamente no trabalho de apaziguador de Lisboa.
Nesta sexta-feira (27), o deputado estadual Alan Sanches, que é presidente municipal do PSD em Salvador, enviou nota à imprensa destacando que o “partido (PSD) possui legitimidade para ter participação mais efetiva numa possível reforma administrativa do governo estadual, assim como nas eleições municipais”.
“Pelo que representa hoje o PSD na Bahia e no Brasil, pelas lideranças que compõem, com destaque para o nosso presidente estadual, o vice-governador Otto Alencar, pelo trabalho que vem desenvolvendo, é mais que do que natural que o nosso partido, forte aliado, seja lembrado em futuras mudanças, possua o seu espaço”, pontuou
Os partidos aliados estão contando com outras mudanças, tais como o eminente afastamento de Carlos Martins, da secretaria da Fazenda, que sairá para disputar prefeitura de Candeias.
Ainda neste sentido, Carlos Brasileiro, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) deixou claro que não quer sair, mas pode ter de se afastar por orientação do partido, que o quer na disputa pela prefeitura de Senhor do Bonfim.
Mudanças no Planejamento e outras pastas não são tão comentadas, mas os rumores estão crescendo. Além disso, a proximidade das convenções partidárias e consequente fechamento de chapas majoritárias deixam o clima tenso.
No front está Cézar Lisboa que trabalha apagando focos de incêndios e segurando os mais agitados. Ele é ladeado pelo presidente estadual do PT, Jonas Paulo, que está peregrinando pelo interior articulando alianças e a palavra final, dizem, é de Jaques Wagner.
Fato é que as pressões apenas começaram e depois do carnaval certamente vão aumentar. Interessante será acompanhar como todos os interesses serão atendidos, e que se o saldo pós-processo eleitoral 2012 será terra arrasada ou continuidade.
Foto 1: Paulo Macedo // Bocão News
Foto 2: Roberto Viana // Bocão News
Matéria postada no dia 27/01/2012 às 14h35