Bacelar vê com "alegria" posse de Biden e diz que mudança nos EUA "inibe aventuras golpistas" no Brasil

O deputado Bacelar, candidato derrotado à Prefeitura pelo Podemos em 2020, afirmou nesta quarta-feira (20) que assistiu com "alegria" à cerimônia de posse do novo presidente dos EUA, o democrata Joe Biden.

Na opinião do parlamentar, que conversou com o BNews por telefone, a mudança de poder em uma das nações mais poderosas do mundo podem representar um "novo sopro" no Brasil "inibe as aventuras golpistas", eventualmente endossadas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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Bacelar destacou que o discurso de Biden enalteceu o respeito à democracia e a defesa de direitos das mulheres e grupos minoritários.

"Eu vejo com alegria, entusiasmo, estou agora mesmo assistindo e vibrando, em um momento que o presidente prega união dos EUA, fala em democracia, justiça social, fala em mulheres, minorias. Um novo sopro [...] isso tem reflexo, lógico, no Brasil, inibe aventuras golpistas e mostra a sociedade brasileira que o caminho é a democracia e que devemos sempre escolher políticos experientes, com mensagens de paz', disse o deputado.

As constantes acusações de fraude do sistema eleitoral brasileiro feitas por Bolsonaro, segundo o deputado baiano, são provas de que o presidente é "uma cópia mal feita" de Donald Trump, que também colocou dúvidas sobre o resultado da eleição que deu vitória a Joe Biden e pediu recontagem em diferentes estados.

Mesmo sem provas e com a confirmação de que não houve fraude, o discurso de Trump estimulou radicais extremistas a invadirem o Capitólio no início de janeiro e criar um clima de temor no país.

"O presidente Jair Bolsonaro é uma cópia mal feita de Trump e quer repetir aqui toda encenação, inclusive as acusações sem nenhuma prova de fraude. Mas Trump já foi desmoralizado pelos próprios republicanos e com toda certeza essa lição ficou", alfinetou.

Favorável à abertura de processo de impeachment de Bolsonaro, Bacelar reconhece que hoje as chances são remotas de passar pela Câmara. Antes, seria preciso ainda que um dos 60 pedidos fossem colocados em pauta para votação, o que não foi feito durante a gestão de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo Bacelar, o impeachment de toda maneira é um "remédio amargo" e dificilmente Bolsonaro deve perder a maioria que tem hoje na Casa e que garante a sua sobrevivência no Palácio do Planalto. Diferente do que aconteceu na saída de Fernando Collor e no impeachment de Dilma Roussef, em 2016, na opinião de Bacelar, Bolsonaro ainda não tem contra ele uma grande mobilização popular.

"Eu pessoalmente defendo que seja instaurado o processo de impeachment, já acho que devia ter sido instalado. Há um cometimento de uma série de crimes de responsabilidade, os símbolos da democracia são menosprezados pelo presidente", lamenta.

"Sendo pragmático, não vejo chance. O impeachment é um remédio muito amargo, com graves consequências e que pode dividir a sociedade brasileira e não há uma mobilização nacional [...] não há isso e Bolsonaro tem cerca de 350 parlamentares e ampla maioria na Câmara", completou o deputado, que faz parte do partido que integra a base do governo Rui Costa (PT) na Bahia, um dos principais opositores de Bolsonaro a nível nacional.