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Direto de Brasília: Jorge Solla diz que Bolsonaro está "comprando voto fiado" para eleger apadrinhados

Câmara dos Deputados
Solla avalia que uma eventual eleição de Lira não irá afetar o movimento pelo impeachment do presidente da República  |   Bnews - Divulgação Câmara dos Deputados

Publicado em 01/02/2021, às 09h01   Eliezer Santos e Raul Aguilar


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Em Brasília para acompanhar a eleição do Congresso Nacional, o BNews falou com o deputado federal Jorge Solla (PT). O petista avalia que dois candidatos de direita estão disputando o comando da Câmara e que a diferenção principal entre eles é que um irá atuar para impedir que um eventual crime do presidente da República ou de membros de seu governo sejam apurados, em uma referência ao deputado federal Arthur Lira (PP-AL), candidato oficial de Bolsonaro. 

"Nós temos duas candidaturas direita e a diferença é que um deles tem compromisso de impedir qualquer apuração dos desmandos, dos absurdos e dos crimes do governo Bolsonaro, essa é a grande diferença. O Partido dos Trabalhadores está fazendo parte de um bloco que visava dar autonomia à Câmara, que tem como objetivo permitir que o legislativo tenha capacidade não só de definir projetos fundamentais para o país, como também de cumprir sua missão de fiscalizar as ações do executivo", destacou Solla, explicando os motivos do PT caminhar com o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP).

Questionado sobre a decisão do Democratas, que formou maioria entre a bancada na noite do último domingo, (31), para não apoiar nenhuma candidatura oficialmente, ao contrário do que havia acertado o presidente da legenda, ACM Neto. Solla lembrou que a  liberação de bancada aconteceu também com o PSDB. Ele afirma que esse ato revela à natureza dos parlamentares, e destaca que o ato reforça informações divulgadas pelo O Estadão, que teve acesso a uma planilha do governo federal, com nomes e valores que serão repassados para cada parlamentar que apoiar o candidato de Bolsonaro na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

"Isso é a tradução da natureza desses parlamentares. A maioria deles são parlamentares que não fazem política, fazem negócio, estão no balcão das ofertas e aproveitar esse momento para valorizar o voto e vender caro. A própria imprensa, há três dias, tinha divulgado uma planilha com 3 bilhões de reais fiado; estão comprando voto fiado porque não tem orçamento ainda. Da mesma forma que fizeram para destruir a Previdência Social do cidadão brasileiro, da mesma forma que fizeram para evitar que CPIs importantes pudessem ter sido instauradas, também agora compraram escandalosamente os votos para o candidato oficial do presidente Bolsonaro".   

Solla avalia que uma eventual eleição de Lira não irá afetar o movimento pelo impeachment do presidente da República, que segundo ele está crescendo em todo país. Ele afirma que o povo brasileiro está indignado com Bolsonaro e lembra que os deputados irão eleger "o presidente da Câmara no dia em que o Brasil vai completar mais de 225 mil brasileiros mortos" pelo novo coronavírus: "É um verdadeiro genocídio. E isso acontece em função da ação e da inação do Governo Federal com o objetivo de disseminar o vírus. Bolsonaro é o principal aliado do vírus e a medida de saúde pública nesse momento para evitar mais mortes de brasileiros é a retirada dele da condução desse país".

O editor de política Eliezer Santos está em Brasília para cobrir a eleição na Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 

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