Desde o final do ano passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vive uma fase turbulenta de sua vida. Não bastasse o excesso de trabalho, fruto do fato de ter virado uma espécie de super ministro da presidente Dilma Rousseff, ele também vive um drama familiar. Sua mulher, Eliane Berger, descobriu um câncer no início de dezembro e está em tratamento em São Paulo. O fato obrigou o ministro a despachar com frequência no escritório da Fazenda localizado na Avenida Paulista.
Os problemas de Mantega ganharam peso nos últimos dias com a repercussão da demissão do ex-presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, por acusação de envolvimento em atos de corrupção. O ministro admitiu que teria tomado conhecimento de denúncias por parte do PTB, mesmo partido que havia indicado o executivo em 2008, mas não tomou providências por considerar as informações inconsistentes. Denucci acabou exonerado por ordem da própria presidente Dilma. Desde então, Mantega tem sido alvo de integrantes dos partidos de oposição, que exigem explicações. 
Nesta sexta-feira, este ambiente de desconforto ganhou concretude por conta de um post do colunista Vicente Nunes, do Correio Braziliense. O jornalista afirma que o ministro teria pedido demissão à presidente na última segunda-feira, no Palácio da Alvorada, alegando cansaço. Dilma teria rebatido os argumentos do Mantega e decidido que ele permanece no comando da Fazenda. O site de VEJA apurou que, de fato, rumores desta natureza têm corrido em Brasília.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do Palácio do Planalto negou que a solicitação tenha sido feita. Na festa de aniversário do PT, em São Paulo, a presidente expressou a assessores seu desconforto com o boato. “A presidente Dilma Rousseff considera que as pessoas que espalham esses rumores prestam um desserviço ao pais. Não se sabe a quais interesses elas servem”, comentou um assessor.
O Ministério da Fazenda também enviou posicionamento: “O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não pediu demissão do cargo. É uma irresponsabilidade um jornalista publicar boatos dessa natureza. A informação não tem nenhum fundamento”, diz a nota.
Mesmo que não deixe o cargo, não há sinais de que o momento turbulento do ministro se dissipe.
