Política

Delação de ex-executivos da OAS reforça ligação entre Eduardo Paes e conta na Suíça

Reprodução/Renan Olaz/CMRJ
Em nota, prefeito do Rio de Janeiro nega que tenha recebido qualquer valor das empreiteiras, no Brasil ou no exterior  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Renan Olaz/CMRJ

Publicado em 12/03/2021, às 13h29   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

A delação de ex-executivos da empreiteira OAS reforçou o suposto vínculo entre o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), e uma conta em um banco na Suíça. As informações são do jornal Folha de São Paulo nesta sexta-feira (12).

De acordo com a publicação, os ex-executivos da “Controladoria” - como era chamada o setor da OAS responsável pelos repasses ilegais a políticos - entregaram ao Ministério Público Federal (MPF) comprovantes de depósitos numa conta no exterior que somam US$ 2 milhões para o caixa dois da campanha de reeleição do democrata em 2012.

Os recibos dos delatores da OAS foram entregues como prova de corroboração e corroboram com informações descritas por documentos anteriormente entregues por ex-executivos da Odebrecht em delação sobre o prefeito.

Tanto os documentos quantos os recibos apontam para uma conta em nome da offshore Siwa Capital Group, no Bank Privée Espírito Santo, na Suíça. O periódico apurou que os  valores ligados à OAS foram repassados em quatro transferências ao longo de 2012.

As provas mencionam Paes os ex-executivos da empreiteira, José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho, além do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro.

Já os três recibos apresentados pela Odebrecht em seu acordo com o MPF somam US$ 3,75 milhões para a conta em nome da Siwa. A empreiteira também apresentou documentos indicando a transferência de mais US$ 2 milhões para outro banco, em conta de outra offshore.

Embora a motivação declarada pelos delatores tenha sido a eleição, a Justiça já apontou, no caso da Odebrecht, não haver provas de uso de dinheiro do exterior na campanha.

O juiz eleitoral Flávio Itabaiana afirmou que não há provas de que as transferências para o exterior foram destinadas à campanha de reeleição. O magistrado determinou o envio do trecho da delação que menciona os depósitos no exterior para a Justiça Federal para apuração de crimes comuns, como evasão de divisas. 

“As declarações de colaboradores não podem ser determinantes para a definição da competência se não confirmadas por elementos concretos carreados durante as investigações”, afirmou o magistrado em sua decisão. O mesmo destino teve a parte do acordo dos ex-executivos da OAS que menciona as transferências para a Suíça. 

Em nota, Paes nega que tenha recebido qualquer valor das empreiteiras, no Brasil ou no exterior. "Eduardo Paes desconhece o teor das aludidas delações premiadas. Reafirma, no entanto, que todos os delatores, de diversas empreiteiras do país, isentaram ele da prática de atos de corrupção, negando, terminantemente, que tenha ele exigido contrapartida, de qualquer natureza, de quem quer que seja", afirma a nota de sua assessoria.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp