Líder do Centrão admite que Bolsonaro "perdeu narrativa" na briga por vacina, mas confirma apoio em 2022

Um dos líderes do Centrão, o cacique Ciro Nogueira (PP-PI) admitiu em entrevista à coluna Painel, da Folha de S. Paulo, que o presidente Jair Bolsonaro "perdeu a narrativa" na pandemia de Covid-19, com a demora para agir em relação à vacina.

O senador pepista, no entanto, garantiu que dificilmente o grupo não vai caminhar com Bolsonaro em 2022, em uma disputa do presidente pela reeleição.

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“Não vejo a menor perspectiva de não estarmos com ele. Vamos estar agora e em 2022”, afirma Nogueira.

Na visão do cacique, o Bolsonaro que será avaliado nas urnas não é o de agora, mas sim o do próximo ano, já quando deve ter avançado a vacinação no país.

Segundo ele, o presidente está em uma fase de "transição" que pode ajudar a sua popularidade, inclusive dando mais "autonomia" ao futuro ministro da Saúde.

"A postura mudou bastante. Ele usa máscara, não está contra a vacina, vai se vacinar. Mas ele é uma pessoa polêmica. Não é um político tradicional. Sua popularidade é em grande parte por isso também. A gente quer que as coisas aconteçam nesse momento de muita dificuldade. Os próximos dias talvez sejam o pior momento da pandemia do país. Ele está em um processo de transição. Com a mudança do ministro, o ministro novo vai ter mais autonomia, o Bolsonaro não vai ficar mais dando opinião sobre tratamento. Isso é o que importa, mas ele sempre vai ser uma pessoa polêmica", declarou o parlamentar.