Política
Publicado em 25/03/2021, às 19h30 Redação BNews
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quis ouvir diretamente do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), explicações sobre o tom do discurso de quarta-feira (24) no plenário da Casa legislativa, em que o aliado mencionou “remédios amargos" conhecidos do Parlamento em crises políticas, de acordo com o jornal O Valor. Segundo a reportagem, "bombeiros" depois entraram em campo para esfriar os ânimos.
Segundo a reportagem, Bolsonaro não pretende dispensar o titular das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no curto prazo para não passar a imagem de que cedeu à pressão do Congresso. “Se ele demitir o Ernesto [Araújo] agora, vai parecer que o Lira nomeia e demite ministro”, explicou ao jornal um aliado próximo do presidente da Câmara.
Mas, ainda de acordo com o veículo, fontes do Planalto e lideranças políticas com trânsito no Palácio não descartam a substituição de Araújo no médio prazo, quando Bolsonaro encontrar uma "saída honrosa" para o auxiliar considerado leal, e expoente da ala ideológica do governo.
Nesta quinta-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), admitiu em entrevista coletiva a "frustração" com a conduta de Araújo. Afirmou que não é preciso necessariamente trocar o ministro, mas mudar os rumos da política externa.
A pressão do Congresso pela substituição de Araújo foi pauta das reuniões de Bolsonaro nesta quinta no Planalto. Segundo a agenda oficial, o presidente reuniu-se com o chanceler e com o ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral). Depois, Bolsonaro reuniu-se com um grupo de senadores mais alinhados com o Planalto: Ciro Nogueira (PP-PI), Márcio Bittar (MDB-AC), Nelsinho Trad (PSD-MS), Mecias de Jesus (Republicanos-RR).
Nelsinho Trad tem sido um dos cotados para substituir Araújo, inclusive porque foi presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
Bolsonaro ouviu de Lira e dos senadores que a insatisfação do Congresso com o chanceler é unânime, e irreversível. A avaliação de deputados e senadores do Centrão, que formam a base aliada, é de que a permanência de Araújo no cargo inviabiliza a reabilitação das relações diplomáticas com Estados Unidos e China, imprescindível para acelerar o processo de vacinação no Brasil contra a covid-19.
O descontentamento dos parlamentares não é isolado: empresários, e também ministros de perfil político, e da ala militar, somam-se ao grupo. Essa insatisfação tornou-se pública na reunião de Bolsonaro com os chefes dos Poderes ontem no Alvorada, e, depois, na comissão em que senadores confrontaram o chanceler.
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