Política

Ernesto Araújo ganha sobrevida no cargo após críticas de presidentes do Legislativo e do centrão

Marcos Corrêa/PR
o presidente resiste a qualquer tipo de troca que enfraqueça a sua imagem como comandante do próprio governo  |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa/PR

Publicado em 26/03/2021, às 12h52   Redação BNews


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A pressão dos partidos do chamado centrão e de diversos partidos pela demissão do ministro das Relações Exteriores, o chanceler Ernesto Araújo, deve fazer com que ele ganhe uma sobrevida no cargo.

Informações da colunista Mônica Bêrgamo dão conta de que o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), teria se irritou com o tom das críticas ao ministro das Relações Exteriores, que foi bombardeado no Senado Federal nesta semana. E mais ainda com declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que chegou a falar de "remédios amargos" e "fatais" do parlamento caso não exista, do outro lado, a "flexibilidade de ceder".

A mudança no Itamaraty, portanto, só deve ocorrer daqui a cerca de um mês, segundo interlocutores de Bolsonaro. Se ocorrer. O presidente já estaria ciente de que uma troca de comando nas Relações Exteriores será positiva. Mas gosta pessoalmente de Araújo. E, acima de tudo, não quer passar a imagem de que está capitulando ao centrão.

Após a reação de Bolsonaro, o próprio Arthur Lira teria recuado na noite de quinta (25). Ele também teria concluído que a forma como as coisas apareceram na imprensa desgastava a todos a Bolsonaro, por parecer um presidente fraco. E a ele próprio, Lira, por fazer uma pressão que poderia ser confundida com chantagem.

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Federal, é outro a defender mudanças no Itamaraty. A ordem agora é fazer a temperatura baixar. E, lá na frente, discutir a saída de Ernesto Araújo em outro contexto, e com uma narrativa menos negativa. A ideia é adotar o discurso de que Araújo foi um bom chanceler, mas que os tempos mudaram com a derrota de Donald Trump nos EUA e com o agravamento da pandemia no Brasil, o que exigiria uma troca de interlocutor internacional.

Segundo um integrante da equipe de Bolsonaro, o que ocorre agora com Ernesto Araújo é uma repetição do que já se passou com o general Eduardo Pazuello.

Desgastado no Ministério da Saúde, o militar ganhava sobrevida cada vez que os ataques contra ele aumentavam, já que o presidente resiste a qualquer tipo de troca que enfraqueça a sua imagem como comandante do próprio governo.

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