Política

Sob pressão do Senado Federal, Ministro das Relações Exteriores convoca secretários para reunião de emergência

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O presidente Rodrigo Pacheco disse que a fala do ministro das Relações Exteriores foi “um grande desserviço ao país”  |   Bnews - Divulgação Alan Santos/PR

Publicado em 29/03/2021, às 11h12   Redação BNews


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O ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, convocou os secretários da pasta para uma reunião de emergência na manhã desta segunda-feira (29). O chanceler enfrenta forte pressão para deixar o cargo. 

A informação foi divulgada pelo jornal O Globo na noite desse domingo (28). O encontro não consta na agenda oficial de Araújo ou de sua equipe.

Os seguintes integrantes da pasta devem estar presentes:

Paulino Franco Neto, secretário de Comunicação e Cultura;
Claudia Buzzi, secretária de Gestão Administrativa;
Márcia Donner, secretária de Negociações Bilaterais na Ásia, Oceania e Rússia;
Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas;
Kenneth Nóbrega, secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África;
Fábio Marzano, secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania;
Embaixador Sarkis, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos.

O site Poder360 entrou em contato com o Itamaraty para confirmar a realização da reunião, mas não obteve um retorno.

Embate

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e pelo menos outros sete colegas se manifestaram a favor de Kátia Abreu (PP-TO) e contra Ernesto Araújo na noite do último domingo (28). Segundo Ernesto, a senadora pediu a ele um “gesto” em relação ao 5G, o que o pouparia das críticas de senadores.

Segundo o chanceler, a congressista teria afirmado que isso faria dele “o rei do Senado”. A senadora rebateu. Afirmou que o ministro age de “forma marginal” e está “está à margem de qualquer possibilidade de liderar a diplomacia brasileira”. E que defendeu que a licitação para a rede de 5ª geração não tivesse “vetos ou restrições políticas”.

O presidente Rodrigo Pacheco disse que a fala do ministro das Relações Exteriores foi “um grande desserviço ao país”. “Justamente em um momento em que estamos buscando unir, somar, pacificar as relações entre os Poderes. Essa constante desagregação é um grande desserviço ao País”, disse Pacheco sobre o chanceler.

Para  senador do Democratas de Minas, “a tentativa do ministro Ernesto Araújo de desqualificar a competente senadora Kátia Abreu atinge todo o Senado Federal“. Diversos senadores foram às redes sociais nesse domingo (28.mar.2021) criticar as declarações do ministro Ernesto Araújo.

O senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, lamentou as falas de Ernesto. Essa é a segunda crítica do líder que compõe o Centrão a Ernesto Araújo em três dias. Na última sexta-feira (26), o congressista disse, em entrevista ao Poder360, que o Itamaraty “além de não ajudar, nos prejudicou muito” em relação à pandemia.

Antes do episódio, pelo menos cinco senadores fizeram menções explícitas à troca de comando no Itamaraty em sessão da qual o próprio ministro participou na última quarta feira (24.). A leitura dos congressistas é que as posições brasileiras no exterior estariam prejudicando o país na tentativa de trazer vacinas para combater a covid-19, entre outros problemas.

No último sábado (27), um grupo de ao menos 300 diplomatas do Itamaraty escreveu uma carta com críticas a Ernesto Araújo. Esse tipo de manifestação é raro na pasta devido à disciplina imposta pela carreira diplomática.

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