Política

Randolfe diz que depoimentos de ex-ministros à CPI indicam "gabinete paralelo" no governo

Waldemir Barreto/Agência Senado
Enquanto o corpo técnico do Ministério da Saúde defendia a adoção de medidas baseadas na ciência, este "ministério paralelo" insistia na recomendação de cloroquina e apostava na "imunidade de rebanho"  |   Bnews - Divulgação Waldemir Barreto/Agência Senado

Publicado em 11/05/2021, às 09h35   Luiz Felipe Fernandez


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Vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Randolfe Rodrigues afirmou nesta terça-feira (11) que os depoimentos dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, já bastaram para indicar a existência de um "gabinete paralelo" dentro do governo.

Enquanto o corpo técnico do Ministério da Saúde defendia a adoção de medidas baseadas na ciência, este "ministério paralelo" insistia na recomendação de cloroquina e apostava na "imunidade de rebanho" como mecanismo de enfrentamento à pandemia.

Segundo o senador, este suposto gabinete não era alvo dos titulares da Comissão, até que a sua existência foi confirmada pelos ex-ministros.

A "insegurança" no depoimento de Queiroga, diz o parlamentar, retrata que até o atual ministro tem dificuldades de "comandar" o Ministério.

"Ficou evidente no depoimento de Mandetta, Teich e o próprio Queiroga, que mostrou insegurança ao comandar o Ministério e ter o comportamento do presidente, com indicações distintas [...] claramente tem dois tipo de comando. Um baseado na ciência- com exceção do período de Eduardo Pazuello - e outro comando existente no Palácio do Planalto baseado na imunidade coletiva, de rebanho", declarou Randolfe em entrevista à GloboNews.

EFEITO CPI

Com duas semanas de instaurada, a CPI da Covid já apresenta resultados, aponta o senador. De acordo com o líder da Oposição na Casa, a própria instalação da Comissão por si só já foi uma importante "medida sanitária".

Logo após ser dada a largada da CPI, lembra o senador, o governo federal anunciou uma nova aquisição de 100 milhões de doses de vacinas da Pfizer.

Mais de uma no após o início da pandemia, o governo Bolsonaro resolveu também criar um comitê espefícico de enfrentamento à doença

"Só o fato de ter se instalado a CPI, algumas medidas sanitárias, mesmo que mínimas, foram tomadas. Ao que pese, na minha percepção, existir ainda um comando na cabeça do presidente da República, negacionista, com declarações na semana passada sobre a China que trazem gravíssimas consequências", lamentou.

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