Política

"A situação de falta de vacinas que enfrentamos hoje é fruto da política equivocada do governo federal", avalia Otto Alencar

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Gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, participa de oitiva na CPI da Pandemia nesta quinta-feira (13)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 13/05/2021, às 14h20   Redação BNews


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Em sua participação na oitiva do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, de forma remota, o senador baiano Otto Alencar (PSD), avaliou nesta quinta-feira (13) que a falta de doses de vacinas contra o novo coronavírus que o País enfrenta é fruto da ”política equivocada do Governo Federal". 

Murillo participa de sessão da CPI da Pandemia desde o final desta manhã.

Questionado pelo senador sobre a oferta feita pela farmacêutica ao Brasil, Murilo disse que no primeiro contrato a oferta era de dez dólares por dose. Alencar também perguntou se essa oferta foi enviada ao ministro da Saúde à época, o general da ativa Eduardo Pazuello, algo que o representante da Pfizer confirmou.

Em resposta ao baiano, o representante da farmacêutica também ponderou que, caso o Brasil tivesse adquirido doses do imunizante ainda em 2020, essas doses possivelmente poderiam ter começado a ser aplicadas em janeiro deste ano. 

Alencar perguntou também se foi a Pfizer que procurou o ex-secretário de comunicação, Fábio Wajngarten, ou o inverso. Em resposta, Murillo disse que recebeu um e-mail da matriz da Pfizer informando que Wajngarten havia contactado a empresa. 

Segundo o depoente, a partir daí ele ligou para o ex-Secom, e confirmou que ele era funcionário do governo brasileiro. Só então eles se reuniram. "Fica muito claro que não foi o então ministro da Saúde que falou pelo governo, mas o ex-secretário de comunicação. Algo muito estranho", comentou o parlamentar.

Alencar destacou, e lamentou a notícia de que a ausência de insumo fará o Instituto Butantan paralisar a produção da vacina CoronaVac nesta quinta-feira (13).

Ele também aproveitou a intervenção para se solidarizar com o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), pelos ataques desferidos pelo também senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na sessão da última quarta-feira (13). Para Alencar, Calheiros foi agredido "sem agredir seu agressor". Na ocasião, o relator foi chamado de "vagabundo".
"A situação de falta de vacinas que enfrentamos hoje é fruto da política equivocada do governo federal", concluiu o senador. 

Perguntas

Antes disso, o senador Ciro Nogueira (PP) questionou se Murillo acredita que a vacinação com os imunizantes da empresa realmente poderia ter tido início ainda no ano passado. Ele respondeu que não poderia garantir pois o uso das doses dependem também de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"O que posso afirmar é o que estava afirmado na oferta. Precisamente o contrato da minha parte tem outras condições regulatórias. Não posso afirmar com certeza se teria começado. Tenho como afirmar o que estava na oferta", respondeu ao parlamentar.

Perguntados quais foram os primeiros países da américa latina a receber as vacinas da Pfizer, o representante da empresa afirmou que em dezembro de 2020 foram entregues doses para Chile e México. Ele também acrescentou que ainda hoje existem países nos quais não fecharam acordo com a farmacêutica.

Posteriormente, a senadora Eliziane Gama (PPS) destacou que o Governo Federal 209 milhões de doses da vacina indiana Covaxin em janeiro de 2021, sem que a Anvisa houvesse autorizado o uso do imunizante. Na sequência, ela perguntou se ele achava que o governo brasileiro havia sido negligente na compra de vacinas da Pfizer.

"Não posso fazer essa afirmação. Não conheço os trâmites internos para afirmar isso", avaliou. Ele também acrescentou que outros países começaram a firmar negócios com a empresa neste mesmo tempo e fecharam acordo para obtenção das vacinas. 

Indagado sobre sobre eventuais conversas com ministros da Saúde e da Economia, Murillo disse que conversou em "um duas ocasiões" com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e que as demais tratativas ocorreram por meio da "equipe técnica".

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