Nos oito anos de gestão do prefeito de Salvador, João Henrique, uma das poucas constantes foi a troca de secretariado. Restando dez meses de mandato, o governo do pepista está na iminência de passar por mais uma dança das cadeiras no primeiro e segundo escalão. Desta vez, a “debandada” é motivada pelas eleições e pela lei eleitoral que exige a descompatibilização dos postulantes a cargo público. A maioria, mas vale a ressalva que nem todos saem porque querem.
Em conversa com a reportagem do
Bocão News, no início da tarde deste sábado, o chefe da Casa Civil da prefeitura, João Leão (PP), traçou um panorama do que deve mudar. De acordo com ele, deixam a gestão nas próximas semanas, além dele próprio – que mantêm a pré-candidatura a prefeitura de Salvador -, os secretários do Planejamento, Reinaldo Saback; da Saúde, Gilberto José; e da Reparação, Ailton Ferreira.
No segundo escalão devem deixar a prefeitura o superintende de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), Cláudio Silva – a situação continua indefinida -, Cláudio Tinoco (DEM) se afasta da gestão, menos pela incompatibilidade do DEM com João Henrique do que pela vontade de ser vereador e Euvaldo Jorge, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Desal).
Outros dois quadros da atual administração municipal merecem atenção. O primeiro é o do superintende de Conservação e Obras Públicas (Sucop), Sóstenes Macedo, que nutria o sonho de disputar uma cadeira na Câmara Municipal, mas que, atendendo a um pedido de João Leão, declinou. Assim como fez em 2008, Macedo deve assumir a coordenação de campanha do cacique pepista.
Já a secretaria de Comunicação, chefiada atualmente por Diogo Tavares, pode ter uma reviravolta. Informações de bastidores dão conta de que o ex-secretário, André Curvello, voltou a ser chamado para o cargo que entregou no final de setembro de 2010. O jornalista teria feito diversas exigências para retornar. Por enquanto, o assunto é tratado como especulação, mas pode se concretizar.
O panorama de mudança foi traçado por Leão e por outras fontes do
Bocão News que transitam nos corredores do Thomé de Souza. Contudo, as indicações para ocupar os cargos que ficarão vagos não foram reveladas. Há quem diga que se espera o resultado do julgamento das contas de João Henrique para preencher os espaços no Poder Executivo.
Momento
As mudanças atreladas à necessidade de descompatibilização dos postulantes vêem em um momento ruim para o prefeito João Henrique. O caso de Gilberto José é um dos mais emblemáticos. A SMS é apontada como um dos principais gargalos da administração municipal e está envolvida em um problema de grandes proporções com o Hospital Aristides Maltez que explodiu esta semana.
Foto: Edson Ruiz // Bocão News
