Política

CPI da Covid: Servidor diz que contou a Bolsonaro quem fazia pressão por contrato da Covaxin

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O técnico, irmão do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), disse que contou o fato pessoalmente ao presidente no encontro que tiveram no dia 20 de março  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 25/06/2021, às 18h17   Luiz Felipe Fernandez


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Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que depõe nesta sexta-feira (25) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro sabia quem o pressionava para acelerar o contrato da Covaxin, vacina indiana contra o novo coronavírus. 

O técnico, irmão do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), disse que contou o fato pessoalmente ao presidente no encontro que tiveram no dia 20 de março. Nesta mesma ocasião, o deputado garante que ouviu de Bolsonaro que ele iria acionar a Polícia Federal para abrir um inquérito e investigar o caso.

Ele diz ter sido pressionado com mensagens fora do horário e dia do seu expediente, o que seria incomum e que não aconteceu em relação a nenhuma negociação por outro imunizante.

Um dos superiores que teriam pressionado Ricardo foi o tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral de Aquisições de Insumos Estratégicos para Saúde, o ex-assessor Coronel Pires e o diretor de Logística, Roberto Ferreira Dias. 

Ricardo assegurou que praticamente não tinha contato com o seu superior na pasta, o então ministro Eduardo Pazuello.

Miranda diz que chegou a introduzir a conversa com o general em uma viagem e que Pazuello disse que existiam problemas semelhantes e que por isso estava prestes a deixar o cargo.

O presidente da CPI, Omar Aziz lembrou que o general alegou ter deixado o ministério pois já tinha cumprido o seu dever, sem citar qualquer outro fator.

ENVOLVIMENTO DE DEPUTADO

Neste almoço, Luís Miranda relata que ouviu do próprio Jair Bolsonaro que um outro deputado estaria por trás do problema envolvendo a contratação das doses da Covaxin, mas que não se recordava quem seria este parlamentar.

"O presidente sabe de tudo, inclusive poderia me poupar disso tudo aqui", disparou o demista, que é da base do presidente Bolsonaro.

PROPINA

Em um momento em que o Ministério estava sem doses de vacina no estoque, diz Luís Ricardo, um colega de prenome "Ricardo" o contactou e disse que alguém estava oferecendo propina a gestores para negociar uma vacina.

"Aquele rapaz que me procurou dizendo que tem vacina. Disse que não assinaram porque os caras cobraram dele propinas para assinar o contratos", disse o servidor público ao irmão em troca de mensagens.

O deputado Luís Miranda, então, recomenda que ele avisasse sobre a situação à Polícia Federal.O senador Marcos Rogério (DEM-RO) questionou o motivo de Luís não ter relatado as irregularidades a algum superior, mas o servidor rebateu e disse que levou para o  maior de todos: o presidente Bolsonaro.

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