Política

Ex-esposa de Bolsonaro teria o chantageado para usar sobrenome e impulsionar campanha para deputada federal

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Uma secretária do gabinete de Bolsonaro, então deputado federal, confirmou que ouviu uma discussão entre os dois sobre o uso do sobrenome  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 07/07/2021, às 16h27   Redação BNews


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A ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ana Cristina Valle, teria o chantageado para utilizar o sobrenome “Bolsonaro” quando concorreu para deputada federal em 2018.

Segundo o jornal UOL, uma secretária do gabinete de Bolsonaro, então deputado federal, confirmou que ouviu uma discussão entre os dois sobre o uso do sobrenome. A informação é da coluna de Juliana Dal Piva, que também revelou que o presidente estaria envolvido em esquema de “rachadinha”, de acordo com a ex-cunhada Andrea Siqueira Valle.

“A Cristina falou para mim. Se o Jair não deixar eu usar o nome dele por bem, eu vou usar por mal. Então quer dizer, ela fez chantagem com ele para poder usar o nome dele, né? Porque a menina lá, a secretária, disse que ela saiu do gabinete depois que conversou com ele, chorando”, contou Andrea.

Ana Cristina Valle é, atualmente, assessora da deputada federal Celina Leão (PL-DF). Mesmo tendo usado o sobrenome "Bolsonaro" durante sua campanha, a ex-esposa do presidente da República não conseguiu se eleger. Em 2018, quando ela concorreu à vaga no Congresso, ela disputou a eleição como “Cristina Bolsonaro”, pelo Podemos.
Ainda na segunda-feira (5), o jornal UOL mostrou que Bolsonaro é suspeito de ter integrado um esquema para devolver o pagamento de assessores entre os anos de 1991 e 2018, quando ele era deputado federal.

A colunista Juliana Dal Piva revelou que o presidente cobrava a devolução dos salários dos assessores de seu gabinete. A ex-cunhada de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, informou que o irmão dela não devolveu o valor combinado para o chefe do Executivo e acabou sendo demitido por isso. 

“O André deu muito problema, porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim, até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele, porque ele nunca me devolve o dinheiro certo’”, disse Andrea. 

O senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro (Patriota), informou na segunda (5) que os áudios obtidos pela reportagem do UOL foram gravados ilegalmente. 

“Gravações clandestinas, feitas sem autorização da Justiça e nas quais é impossível identificar os interlocutores não é um expediente compatível com democracias saudáveis. A defesa, portanto, fica impedida de comentar o conteúdo desse suposto áudio apresentado pela reportagem”, disse o filho do chefe do Executivo, no comunicado.

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