Elcio Franco pediu para retirar presos do grupo prioritário de vacinação, diz ex-chefe do PNI

Apontado como responsável por negociar a contratação de vacinas contra a Covid-19 no Ministério da Saúde, o coronel Élcio Franco, antigo  secretário-executivo da pasta, pediu em reunião interna para que presos fossem retirados do grupo de prioridade do Plano Nacional de Imunização (PNI).

A informação foi dada pela enfermeria Francieli Fantinato, ex-coordenadora do PNI, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira (8). Segundo ela, o pedido foi feito durante uma reunião que teria acontecido no início de dezembro de 2020.

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No mês passado, o epidemiologista Pedro Hall, pesquisador da Universidade Federal de Pelotas, do Rio Grande do Sul, em contribuição à CPI, afirmou que a Secretaria-Executiva do governo censurou um painel de mortes por Covid-19 por etnias, que seria apresentado publicamente no Palácio do PLanalto.

O militar era o 02 do ministro Eduardo Pazuello durante a sua gestão no Ministério da Saúde. Segundo o ex-diretor de Logística, Roberto Ferreira Dias, preso na CPI, toda a negociação para contratação de doses de imunizantes contra o novo coronavírus passou pela Secretaria-Executiva da presidência da República.

Em janeiro deste ano, a pasta publicou uma portaria em que centralizava em Elcio Franco todas as trativas. O restante dos insumos da área de saúde continua por conta do Departamento de Logística.

Luiz Paulo Domingueti, representante da Davati Medical Suply, diz que ao não avançar nas tratativas com Roberto Ferreira Dias, a quem acusa de ter cobrado propina de US$ 1 por dose de vacina da AstraZeneca/Oxford, procurou o Coronel Elcio Franco. 

Após a fala de Francieli, a senadora Elizane Gama (MDB) cobrou que seja votada a convocação do ex-secretário do Ministério à CPI, opinião que foi reforçada pelo vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).