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Presidente do PT na Bahia classifica retorno das coligações para 2022 como retrocesso: "Andamos para atrás"

Divulgação/João Ramos
A opinião Éden Valadares, inclusive, diverge da orientação que o PT deu à sua bancada durante a votação pelo retorno das coligações e pelo “Distritão”, que acabou sendo derrotado. "Não concordo com a tese, mas respeito a opinião e a votação do jeito que foi encaminhada", afirmou  |   Bnews - Divulgação Divulgação/João Ramos

Publicado em 12/08/2021, às 13h23   Marcos Maia


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O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, avalia que a possibilidade de retorno das coligações partidárias para as eleições de 2022, algo que havia sido abolido em 2017, representa um retrocesso. O tema foi votado pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (11), e agora segue para apreciação pelo Senado Federal.  

"Respeito a decisão da Câmara e a opinião dos partidos que defendem a volta das coligações proporcionais, mas discordo da tese. O Parlamento Brasileiro poderia ter instituído o mecanismo da Federação Partidária, por exemplo, em vez de flertar com o Distritão ou aprovar a volta das coligações. Andamos para atrás", opinou nesta quinta (12). 

Valadares conversou com a reportagem do BNews por meio de mensagem de WhatsApp sobre o tema. Ele descreve que as Federações Partidárias como uma alternativa às coligações proporcionais, e que seriam estabelecidas a partir de um "debate programático", e não apenas da "simples tática eleitoral".

Ele salienta que, da forma que acontece hoje, os partidos se juntam para disputar vagas no Legislativo sem o compromisso de manter essa aliança no decorrer do mandato. 

"Tanto que os blocos parlamentares são constituídos por uma outra lógica e varia de cidade a cidade, estado para estado ou mesmo nos casos da Câmara e Senado, são formados blocos diferentes. A evolução natural desse processo seria a Federação Partidária. Dois ou mais partidos formariam uma Federação, de âmbito nacional e obrigatório para estados e municípios, com tempo mínimo de duração, indissolúvel e baseado no debate do programa, na semelhança de ideias e projetos", explica.

A opinião de Valadares, inclusive, diverge da orientação que o PT deu à sua bancada durante a votação pelo retorno das coligações e pelo “Distritão”, que acabou sendo derrotado. Se fosse aprovado, o sistema de voto majoritário permitiria a eleição direta de membros dos Legislativos federal, estadual e municipal. 

"Pelo que acompanhei, a bancada do PT aderiu ao acordo para evitar um mal maior, por assim dizer, que seria o Distritão. Eu não estava lá, apesar de ter ficado o tempo inteiro em contato com os deputados petistas da Bahia por telefone, mas lá in loco é diferente. Então eu confio na direção do PT e na liderança da minha bancada. Como disse, não concordo com a tese, mas respeito a opinião e a votação do jeito que foi encaminhada", afirmou.

Questionado se acreditava que o retorno das coligações passaria no Senado, o petista respondeu que, embora não pudesse afirmar, acredita que a tendência é pela aprovação. Na avaliação dele houve um “acordo grande, costurado por vários partidos” pela propsota. Contudo, ponderou que, por hora, é necessário aguardar como o debate acontecerá nesta nova fase.

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