Política

Mensagens apontam que ex-mulher de Bolsonaro atuou por indicação a cargo ligado à Saúde

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Diálogos foram encontrados em um celular apreendido em uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) e compartilhadas com a CPI da Covid  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 15/08/2021, às 08h45   Redação BNews


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Mensagens de um celular apreendido em uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) e compartilhadas com a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid apontam que Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), atuou para emplacar uma indicação em um instituto ligado ao Ministério da Saúde.

A informação foi revelada por matéria do jornal O Globo publicada neste domingo (15). A atuação da ex-esposa do chefe do Planalto teria ocorrido a pedido de um advogado.

Em um dos diálogos, Ana Cristina diz que uma das noemações ficaria "na conta de Renan", em referência ao seu filho com Bolsonaro, Jair Renan.

As mensagens foram encontrados no celular do advogado Marconny Albernaz de Faria, apreendida durante a Operação Hospedeiro, deflagrada em outubro de 2020 para investigar suspeita de desvio de recursos do Instituto Evandro Chagas (IEC), ligado ao Ministério da Saúde no Pará.

Segundo os diálogos, Marconny, que na época da investigação assessorava o ex-diretor do órgão, foi procurado pelo ex-diretor substituto do IEC Márcio Roberto Nunes para ajudar na nomeação de Jorge Travassos como diretor do instituto.

Em troca desse serviço, de acordo as mensagens em posse do Ministério Público Federal, ele era remunerado. Ao identificar mensagens de servidores do Ministério da Saúde no curso da apuração, o MPF compartilhou o material com a CPI da Covid.

Em diálogo com Marconny Albernaz no dia 20 de julho de 2020, Ana Cristina escreveu: “Boa tarde, meu amigo, estive com o Jorge passei o caso prometeu que cair (sic) ver com carinho e coloquei na conta do Renan tbm agora vou esperar um pouco e cobrar ok bj (sic)”.

As mensagens indicam que, em outra ocasião, a ex-mulher do presidente e o advogado recorreram a uma pessoa chamada de "Min Jorge", que usaria o e-mail "[email protected]".

Amigo da família Bolsonaro, à época, Jorge Oliveira chefiava a Secretaria-Geral da Presidência. Hoje, ele é ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Pouco tempo depois, em 7 de agosto, Jorge Travassos foi nomeado pelo então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, como diretor do órgão ligado à pasta.

Após três semanas, Márcio Nunes ganhou o cargo de substituto de Jorge no instituto. Em 27 de outubro, ele foi preso, no âmbito da Operação Hospedeiro.

A força-tarefa também encontrou no celular de Marconny mensagens trocadas por ele diretamente com Jair Renan Bolsonaro.

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