Política

Presidente da Caixa ameaçou bancos privados de retirá-los de negócios com governo, caso assinassem manifesto

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 31/08/2021, às 17h56   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, ameaçou pelo menos dois bancos privados de excluí-los de negócios com o governo, caso assinassem manifesto de mais de 200 entidades pela harmonia entre os poderes que seria divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta terça-feira (31). As informações são da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.

Segundo relato de seis pessoas envolvidas na crise, Guimarães telefonou para os presidentes dessas instituições e sugeriu que eles poderiam ser excluídos de negócios com o governo – como mandatos para representação ofertas de títulos e ações de empresas públicas na Bolsa de Valores – caso assinassem o documento.

A Caixa pretende privatizar sua área de gestão de cartões e prepara também uma oferta pública de ações da bandeira ELO, sociedade da Caixa com Bradesco e Banco do Brasil. Nesse tipo de negócio, os bancos privados são contratados para vender as ações na bolsa e para grandes fundos, recebendo comissão.

De acordo com a coluna, numa das conversas, Guimarães também disse a um banqueiro que ele poderia acabar sendo excluído de transações com a Petrobras se insistisse em assinar o documento. Em outra ligação, na sexta-feira (27), fez questão de dizer que estava ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que cumpria uma programação oficial em Goiás.

Outro negócio que os bancos privados têm muito interesse em intermediar são as vendas em bloco de lotes de ações de empresas hoje nas mãos do BNDESPar – como a Petrobras, por exemplo. 

O presidente ainda teria citado o Exército. Segundo a coluna, Guimarães disse que os militares estão com Bolsonaro e não permitirão que ninguém da família do presidente seja preso, em caso de eventual ordem vinda do Supremo Tribunal Federal (STF).

A publicação do manifesto nesta terça foi suspensa pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, depois de conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e sem comunicar aos demais signatários do documento. No fim de semana, a Caixa e o Banco do Brasil ameaçaram deixar a entidade. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp