Política

Ministério da Casa Civil afirma que jogadores argentinos que atuam na liga inglesa entraram de maneira irregular no Brasil

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Em nota, a Casa Civil informou que não houve pedido para entrada excepcional   |   Bnews - Divulgação Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 06/09/2021, às 18h09   Redação Bnews


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O Ministério da Casa Civil afirmou que os quatro jogadores da seleção argentina de futebol que atuam na liga inglesa e integravam o grupo que disputaria o jogo com o Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo do Catar de 2022, entraram no país de maneira "irregular". A informação foi divulgada por meio de uma nota publicada nesta segunda-feira (3). 

A Casa Civil ainda declarou que o governo federal não recebeu qualquer pedido para permitir a entrada excepcional dos quatro jogadores, opção prevista na portaria que trata das restrições para viajantes devido à pandemia da Covid-19. Inclusive é a própria Casa Civil quem analisa esses tipos de pedidos.

"No caso dos jogadores argentinos, cabe esclarecer que não houve qualquer solicitação de excepcionalidade anterior ao voo de entrada dos jogadores no Brasil, impossibilitando qualquer tipo de atuação da Casa Civil", cita a nota. 

Em outro trecho, o documento aponta que "Após a entrada irregular dos jogadores argentinos no Brasil, coube à Anvisa cumprir a norma estabelecida na Portaria 655, decisão que foi chancelada pelo Ministério da Saúde, que notificou a Conmebol sobre a impossibilidade de atuação dos jogadores na partida", continua. Leia a nota completa da Casa Civil ao final desta reportagem.

Neste domingo (5), a Polícia Federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entraram no campo da Neo Química Arena, em São Paulo, poucos minutos após a partida começar, para retirar os quatro jogadores que descumpriram a quarentena contra a disseminação do coronavírus: Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso. Diante da decisão da Anvisa, a seleção argentina desistiu de disputar o jogo. 

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) suspendeu o jogo pelas eliminatórias da Copa do Mundo, organizadas pela Fifa. Os atletas foram notificados a deixar o Brasil.

Um documento oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária sobre o ocorrido diz que um membro da delegação argentina, Fernando Ariel Batista, falsificou informações dos quatro jogadores. Eles tinham passado pelo Reino Unido, o que exigiria cumprimento de quarentena no Brasil, mas não há essa informação nas declarações sanitárias preenchidas por Batista.

Os quatro jogadores argentinos que descumpriram a quarentena contra a disseminação do coronavírus são investigados pela Polícia Federal por falsidade ideológica após infringirem a lei sanitária brasileira.


Leia a íntegra da nota da Casa Civil da Presidência da República:

A Casa Civil da Presidência da República esclarece que, de acordo com o artigo 10 da portaria 655, de 23 de junho de 2021, é de sua competência institucional a coordenação, junto à Anvisa, ao Ministério da Saúde e a outros órgãos, da análise de pedidos de entrada excepcional no país de pessoas oriundas do Reino Unido sem a devida quarentena prevista na Portaria. Após a análise, que é técnica, a Casa Civil comunica a decisão dos órgãos.

Exemplo desse tipo de atuação da Casa Civil é a coordenação da autorização excepcional de entrada no país concedida em maio e junho deste ano, a jogadores brasileiros oriundos do futebol inglês, na preparação para as eliminatórias da Copa do Mundo. Neste caso, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou pedido de excepcionalidade antes da entrada dos jogadores no país e se comprometeu a isolá-los na concentração da seleção, a reportar qualquer sintoma de Covid19 e a enviar todas as informações dos jogadores para controle do Ministério da Saúde.

No caso dos jogadores argentinos, cabe esclarecer que não houve qualquer solicitação de excepcionalidade anterior ao voo de entrada dos jogadores no Brasil, impossibilitando qualquer tipo de atuação da Casa Civil.

Após a entrada irregular dos jogadores argentinos no Brasil, coube à Anvisa cumprir a norma estabelecida na Portaria 655, decisão que foi chancelada pelo Ministério da Saúde, que notificou a Conmebol sobre a impossibilidade de atuação dos jogadores na partida.

Cabe esclarecer também que não compete à Casa Civil autorizar a entrada em campo de jogadores que já estejam no país e que não tenham cumprido as regras sanitárias brasileiras.

Atenciosamente
Ascom Casa Civil

Classificação Indicativa: Livre

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