Política
Publicado em 08/09/2021, às 10h59 Luiz Felipe Fernandez
Possível candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes confirmou que procurou lideranças políticas de diferentes partidos após ouvir o discurso "golpista" de Jair Bolsonaro no ato neste 7 de setembro em São Paulo. Em entrevista ao UOL, o pedetista clamou a necessidade de uma mobilização nacional e coordenada pelo impeachment de Bolsonaro, mas admitiu que não ligou para o ex-presidente Lula.
Segundo Ciro, para o PT hoje não seria interessante o impedimento de Bolsonaro, pois a força de Lula na sua visão depende também do antagonismo fomentado pela polarização política. O ex-ministro disse que ligou, pessoalmente ou por meio da sua assessoria, para figuras da direita, como João Dória (PSDB), Eduardo Leite (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), e também da esquerda, como Marcelo Freixo (PSOL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Guilherme Boulos (PCdoB).
"Ontem passamos o dia trocando ligações. Vamos procurar todos os partidos, agora é uma ação concatenada, ordenada. Temos que colocar análise que a democracia de fato está em risco", disse Ciro, que avalia participar das manifestações marcadas para o próximo dia 12, apesar do temor em razão da pandemia de Covid-19.
"Na minha opinião, e isso está submisso à contestação, o Lula e o PT não querem o impedimento de Bolsonaro. Isso é uma coisa, infelizmente, visível para mim [...] Lula afirma as possibilidades dele, na negação do Bolsonaro, o 'nós' contra 'eles'", acrescentou.
Ciro evitou se fechar para um diálogo com Lula no âmbito de uma frente que lute pela democracia, mas reconhece a dificuldade de uma nova aproximação política.
O ex-ministro no governo do petista diz que a relação "pessoal" já está amadurecida e rusgas foram deixadas para trás, mas reconhece em Lula o seu maior adversário ao lado de Bolsonaro.
Para o ex-governador do Ceará, o pedido de impeachment é urgente e, mesmo com a sua derrota no Congresso, traria ganhos à sociedade brasileira. Ciro avalia que caso Bolsonaro tensione ainda mais a relação com os demais poderes e enseje um golpe contra a democracia, abre ainda mais precedentes para o seu impedimento.
Caso contrário, o atual presidente pode se "moderar". "É indesculpável que não se avalie isso", crê.
A discussão também deve passar pela inanição do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), eleito com apoio do Planalto, e que nunca pautou uma das dezenas de pedidos contra Bolsonaro. Ciro acredita que é preciso que as ruas cobrem de Lira uma posição sobre o tema.
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