Política
Publicado em 16/09/2021, às 10h46 Victor Pinto* e Marcos Maia
O senador Humberto Costa (PT), um dos membros da CPI da Pandemia, estima que o relatório final da comissão atrasará, "provavelmente", uma semana. O relator, o senador Renan Calheiros (MDB), pretende entregar o documento final já na próxima semana, entre os dias 23 e 24 de setembro.
Contudo, Costa disse a jornalistas na manhã desta quinta-feira (16) que talvez a entrega não aconteça dia 23 precisamente,e defendeu que será necessário adotar uma flexibilidade com o prazo. Ele salientou que a data máxima para o fim do funcionamento da comissão é o dia 5 de novembro.
"Acho difícil [manter a entrega para 23 de setembro], mas vamos ver. Tem material ainda para ser analisado", acrescentou. O petista destaca que ainda há “muito material” - solicitado por requerimento - que precisa de tempo de avaliação antes da entrega do relatório final.
"Não pode também na marra entregar um relatório sem analisar esse material que a gente pediu. Tem uma flexibilidade para mudar, por uma semana, 10 dias", opinou.
"Acho que ninguém vai entrar em zona de conforto. Aqueles grupos obrigados a entregar até sexta-feira o material estão trabalhando para isso. Mas, por exemplo, há material do Rio que não chegou ainda. Chegando, a gente vai analisar. Existe material ainda do ministério que estamos analisando", continuou.
O diretor-executivo Prevent Senior, operadora de plano de saúde, Pedro Batista Júnior, que iria depor à comissão nesta quinta não compareceu. Os advogados do depoente alegaram - com base no Artigo 218 do Código de Processo Civil - que a convocação dele não atendeu ao prazo mínimo de 48 horas.
"Ele está alegando que não recebeu. Se tivermos provas de que ele recebeu com 48 horas de antecedência, aí cabe [adoção de medidas por parte da CPI]", disse a jornalistas. Os parlamentares, segundo Costa, ainda precisam ouvir o que a assessoria jurídica da comissão parlamentar dirá a respeito.
Com o adiamento da oitiva, os senadores vão se reunir nesta manhã para debater os próximos passos do inquérito parlamentar. Um dos temas que será debatido será a convocação da ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ana Cristina Valle. O requerimento foi colocado em votação pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede), na última quarta-feira (15).
"Tem que ter um vínculo [com o que a CPI investiga]. Que ela praticou tráfico de influência; que ela praticou, de alguma forma, advocacia administrativa; que ela é uma pessoa que anda acompanhada por estes lobistas - e provavelmente deve ter cometido uma série de coisas - é verdade", opinou.
*Editor de Política do BNews está em Brasília para a cobertura da CPI da Pandemia
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