Política

Deputada diz que intimação a professora em colégio baiano é "efeito do bolsonarismo"

Vagner Souza /BNews
Bnews - Divulgação Vagner Souza /BNews

Publicado em 20/11/2021, às 09h45   Brenda Viana e Luiz Felipe Fernandez


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A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) afirmou neste sábado (20) que o episódio que resultou na intimação da professora de Filosofia do Colégio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, na Bahia, é um "efeito do bolsonarismo" que vigora hoje no país.

"Ali foi um exemplo claro da violência política e ideológica, a professora sendo perseguida por dar aula sobre Direitos Humanos, igualdade entre homens e mulheres. Uma coisa absurda. Conversei com ela e me disse que em 17 anos de profissão, nunca sofreu situação tão absurda quanto essa. É o efeito do bolsonarismo encorajando esse tipo de disputa e perseguição", disse Olívia em conversa com o BNews.

A professora foi intimada a depor na Dercca (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente) após a mãe de uma aluna ter ido à polícia e acusado de doutrinação "esquerdista" e "feminista". Até o momento, contudo, não ficou claro qual crime ela pode ter cometido.

A jovem ficou incomodada com o debate proposto pela docente, que contou com a participação de movimentos sociais e lideranças antirracistas, e fazia parte da agenda da Semana da Consciência Negra no colégio.

Olívia reitera que para além da atitude da mãe da garota, o que mais supreende é a postura do "delegado ou delegada" que acatou a queixa e intimou a profissional da educação.

"O que mais me surpreendeu foi essa queixa ter sido registrada, algum delegado ou delegada que acatou essa queixa. Isso atenta contra o princípio que é assegurado na LDB, que é a liberdade de cátedra, de opiniões, ideologia em ambiente escolar. Se isso for quebrado, estaremos em uma ditadura", acrescentou.

IRONIA

Durante participação na lavagem simbólica da Estátua Zumbi dos Palmares, no Pelourinho, organizada pela Unegro, Olívia reforçou que neste Dia da Consciência Negra é ainda mais importante reforçar a luta contra o governo Bolsonaro, que tem entre as suas características o "neofascismo".

Às 13h, ela vai estar no Campo Grande no ato contra o presidente Jair Bolsonaro.

Para a ex-secretária de Educação da Bahia, todo movimento de resistência contra o racismo é "incompatível com o governo", que tem na lista de ações controversas a nomeação de Sergio Camargo para a Fundação Palmares, que foi uma conquista do movimento negro.

"Basta olhar o que estão fazendo com o Brasil, com a Fundação Palmares. É mais uma ironia perversa imposta por esse governo. Por isso estaremos nas ruas, a marcha Zumbi dos Palmares pelo dia da Consciência Negra e pelo 'Fora, Bolsonaro,' na marcha que convoca toda a sociedade baiana", destacou.

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