Política

Nilo desconhece acusações contra Roberto Carlos

Gilberto Júnior
Presidente da Assembleia vai pedir mais informações à Polícia Federal  |   Bnews - Divulgação Gilberto Júnior

Publicado em 03/04/2012, às 18h06   Guilherme Vasconcelos


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Alvo de inquérito da Polícia Federal e prestes a ser indiciado por suspeitas de formação de quadrilha, peculato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, o deputado estadual Roberto Carlos (PDT) não deverá, pelo menos por enquanto, enfrentar processo de cassação na Assembleia Legislativa e nem ser expulso do seu partido.

Apesar da ampla divulgação dos meios de comunicação, o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, afirmou, em conversa com o Bocão News nesta terça-feira (03), desconhecer os detalhes das acusações contra o seu correligionário e, por isso, estaria impossibilitado de emitir qualquer parecer mais específico sobre o caso. Entre outros desvios, Roberto Carlos foi acusado de empregar funcionários fantasmas em seu gabinete e de embolsar parte ou a totalidade dos salários deles.



“Eu vou solicitar informações mais concretas à Polícia Federal. Os nomes dos acusados e o que eles fizeram. Não havia denúncia contra eles. Não houve nenhuma solicitação de informações por parte da polícia. Mas se os dados forem mesmo concretos, eu afasto os funcionários”, garantiu.

Como presidente da Casa, Nilo disse não dispor das prerrogativas necessárias para instalar processo de cassação contra o deputado. Segundo ele, o regimento da Assembleia afirma que, nestas situações, compete a algum deputado ou partido apresentar solicitação de abertura de investigação. Como a Casa não tem Comissão de Ética, caberia à mesa diretora avaliar a procedência das acusações e, se necessário, instalar uma Comissão Processante que se encarregaria de realizar o julgamento político do pedetista. “Se algum deputado se manifestar nesse sentido, pode ter certeza que eu trago logo para a mesa diretora”, ressaltou.



O líder da bancada da oposição, Paulo Azi (DEM), um dos poucos presentes à sessão desta terça, também disse ignorar o teor das acusações e considerou ser muito cedo para condenar Roberto Carlos. “É uma questão delicada, constrangedora, mas só podemos fazer qualquer avaliação quando efetivamente tivermos conhecimento do que aconteceu. Antes disso, qualquer consideração é precipitação”, declarou.

PDT – Em nota divulgada no final da tarde, o presidente estadual do PDT, Alexandre Brust, não menciona a possibilidade de pedir a expulsão do deputado. Ele disse ter recebido com surpresa as denúncias da Polícia Federal, “principalmente por se tratar do companheiro Roberto Carlos”.


Há mais de 20 anos filiado ao partido, Roberto Carlos, de acordo com Brust, teria se comportado durante todo este tempo com “lisura e lealdade, não sendo do nosso conhecimento qualquer ato que desabone sua conduta”.

“Não podemos prejulgar, pois a nenhum cidadão pode ser negado o direito de defesa. Esperamos que tudo seja apurado e reiteramos a nossa confiança na Justiça e na Polícia Federal, estando certos de que a Justiça ao final prevalecerá”, conclui o comunicado.


Fotos: Gilberto Júnior // Bocão News


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