Política

Roberto Carlos pode ser a ponta do iceberg

Imagem Roberto Carlos pode ser a ponta do iceberg
TCE pode utilizar Operação Detalhes para estender investigação dentro da AL-BA  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 04/04/2012, às 10h32   Luiz Fernando Lima



As investigações que levaram a deflagração da Operação Detalhes, da Polícia Federal, cujo alvo principal é o deputado estadual Roberto Carlos (PDT) trazem outras implicações que não apenas as acusações contra este parlamentar.

O jornalista Levi Vasconcelos, do jornal A Tarde, entre outros repórteres e especialistas levantam a questão sobre o porquê da PF investir sobre um único deputado estadual. Além desta interrogação, fica também a sensação de que a competência para tal caso – funcionários fantasmas pagos com dinheiro do estado – deveria ficar no âmbito da investigação estadual.

Sendo assim, ou a apuração da PF envolve outras irregularidades ainda não trazidas a público ou a sonegação fiscal, ai sim um crime federal, tenha levado os agentes ao caso na Assembleia Legislativa.

O colunista do impresso baiano alerta ainda para outro caso bastante comentado nos bastidores dos poderes legislativos municipal, estadual e federal. “Lá, no ti-ti-ti do dia a dia, se diz que a prática indecorosa (no mínimo) que nossos parlamentares nunca encaram como falta de decoro, essa de contratar servidores e embolsar parte do salário, é rotina, pelo menos com alguns, e não é de hoje. Sempre que se evoca a questão, vem a pergunta. Você prova?”

No último período eleitoral, em 2010, correu uma lista nas mãos de jornalistas e curiosos com nomes e salários de supostos funcionários que colaboravam com o esquema, seja como fantasmas, seja como contribuintes de uma espécie de “dízimo” para o contratante. Nada ficou provado. Não houve ninguém que, em juízo, confirmasse as acusações.

Deputados entrevistados pela reportagem do Bocão News não acreditam que o fato de o Tribunal de Contas do Estado (TCE) não julgar uma conta da Assembleia Legislativa desde 2007 corrobore para manter este tipo de conduta. Ao contrário, segundo eles, mesmo que os auditores se debruçassem sobre as contas do Legislativo este tipo de “desvio” não apareceria.

Já dentro do TCE há quem diga que as denúncias contra Roberto Carlos podem desencadear uma auditoria especial. Para isso, o conselheiro responsável pelo parecer das contas de um ano específico – as contas são sorteadas anualmente – poderia requerer uma auditoria especial para aferir estes casos. Seria como colocar uma lupa nas “problemáticas” contas do Legislativo baiano. Outra forma de investigar a situação é através de uma solicitação do Ministério Público de Contas ou de Manoel Castro, supervisor da 4ª Coordenadoria de Controle Externo (CCE), responsável pela Assembleia Legislativa.

Foto: Roberto Viana // Bocão News

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