Política

Lixo de Itabuna vai parar no JN e prefeitura se cala

Imagem Lixo de Itabuna vai parar no JN e prefeitura se cala
Secretário do Desenvolvimento Urbano diz que aterro fica pronto até 2014  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/04/2012, às 10h19   Caroline Gois



Sujeira, lixo e a imagem de uma cidade abandonada foi apresentada ao país esta semana, no quadro JN no Ar, do Jornal Nacional. Na série, o noticiário apresenta as cidades que sabem dar o destino certo ao lixo. Itabuna, localizada a 426km de Salvador e com pouco mais de 200 mil habitantes segundo dados do IBGE/2010 está na lista e na realidade dos municípios que não possuem aterros sanitários. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Urbana, três de cada dez cidades brasileiras destinam seus detritos para lixões.
Sem nunca possuir um aterro controlado - quando se monitora os gases e o chorume ( Efluente líquido proveniente dos vazadouros de lixo) - a população se viu exposta ao descaso público. "Estamos fazendo a nossa parte e até 2014 teremos o nosso aterro", afirmou José Alberto Alencar, secretário de Desenvolvimento Urbano. 

Segundo ele, em outubro do ano passado, a prefeitura assinou um convênio com a Caixa Ecômica Federal, representando o Ministério das Cidades, no valor de R$ 1,1 milhão destinados ao Plano Municipal de Saneamento Básico, referentes ao cumprimento da Lei de Resídios Sólidos 12302, de agosto de 2010, quando todas as cidades passarama  ser obrigadas a ter um aterro sanitário até 2014. "Estamos dentro do prazo. Na segunda-feira (15) iremos organizar o edital para abrirmos licitação", disse o secretário, afirmando já haver um projeto para este aterro.
Questionado pela reportagem do Bocão News sobre o valor da obra, ele esquivou-se e disse "não poder falar ainda em números já que estes podem variar". 

Descaso
Na série do Jornal da Nacional, ficou constatado que o descarte do lixo não é um problema apenas da empresa de coleta ou da secretaria responsável pela limpeza urbana. Para-choque de carro, móveis velhos, cacos de azulejo: é isto que se vê logo na entrada da cidade. A pista do aeroporto de Itabuna está desativada há mais de dez anos. Esta, virou um ponto de descarte irregular de lixo. Até a prefeitura decidiu que esse era um bom lugar para deixar 
os restos de uma obra que está sendo feita em um canal da cidade.

Ao JN, a prefeitura informou que a empresa responsável pela obra foi advertida. Não houve punição, apenas uma promessa de aplicar multas ambientais a partir desta quinta-feira (12). "Já foi pior. Antes tínhamos até 6km de lixo pela rua. Nossa gestão está tentando amenizar este problema e a população também tem culpa", ressaltou o secretário que, alegou existir um acúmulo diário de lixo na cidade. "É muito lixo e falta de educação também". De acordo com a Alencar, a empresa responsável pela coleta do municício, a Marquise, "realiza a coleta adequada, mas um dia a caçamba passa e limpa e no outro há mais sujeira novamente".
De acordo com a matéria da Globo, dos hospitais e postos de saúde, o lixo vai para incineração. As cinzas são enviadas para um aterro sanitário em Camaçari, da região metropolitana de Salvador. O lixão de Itabuna tem 30 anos e poucos cuidados. Só uma camada de terra cobre as dos detritos.  “O controle do gás... Não estamos queimando gás, e não estamos dando o destino do chorume. Faltam duas condições para um aterro controlado. Ainda não temos. Estamos tratando, mas no momento não temos. Podemos dizer que é um lixão”, reconheceu José Alencar ao JN. 
O Bocão News tentou falar com prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo (DEM), mas ninguém no gabinete atendeu. 

Tentando entender porque tanto lixo foi se acumulando e nada foi feito, conversamos com o deputado estadual Augusto Castro (PSDB). Para ele, é preciso haver um aterro compartilhado  "com propostas eleboradas pelo município, bem como, sugeridas pelo Governo Estadual. É preciso discutir esta saída", afirmou Castro, que reconheceu: "Temos que ter mais responsabilidade". 

Nota originalmente publicada às 17h do dia 13

Classificação Indicativa: Livre

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