O prefeito João Henrique (PMDB) recebeu integrantes do PV nesta quinta-feira (25) para uma reunião no Palácio Thomé de Souza. Na pauta oficial: a criação da Secretaria do Meio Ambiente. Na extra-oficial: o ingresso do grupo político da base da administração municipal.
De acordo com Marcell Moraes, membro da Executiva estadual dos verdes, a conversa foi amistosa e bastante produtiva. “Ele nos convidou para ajudar. Colocamos como condições a criação da pasta do Meio Ambiente e a revisão da parte ambiental do PDDU. Não há nada definido, mas se tudo der certo ficaremos felizes em colaborar. Ainda mais num momento como esse em que se fala tanto em sustentabilidade. Estamos prestes a realizar uma Copa do Mundo e esperamos que seja ecologicamente correta”, observou.
A reportagem do Bocão News questionou a necessidade do novo núcleo, uma vez que já existe a Superintendência do Meio Ambiente. Além disso, a própria prefeitura reclama de dificuldades financeiras e, inclusive, prepara uma reforma tributária para diminuir o déficit do município. “Essa parte administrativa não nos diz respeito. Mas, creio que o prefeito pode realocar recursos de uma outra pasta ou enxugar gastos da própria máquina. Uma coisa é certa: o meio ambiente não pode ficar em segundo plano. Isso é fato”, afirmou Marcell Moraes.
Zum-zum-zum na Câmara – De acordo com fontes palacianas, o prefeito já prepara o projeto de lei que cria a secretaria. O texto vai ser encaminmhado à Câmara Municipal nesta segunda-feira (29) e deve tramitar em regime de urgência urgentíssima. Entretanto, a oposição promete se posicionar contra a criação da estrutura. “Não podemos ratificar todas as vontades do prefeito. Parece até que ele faz o que dá na ‘telha’. A prefeitura não consegue nem honrar os compromissos com funcionários e servidores e ainda quer criar uma nova secretaria. O meio ambiente precisa de uma atenção maior do poder público, mas não se pode limitar a questão a uma posição casuísta para agregar novos aliados. Isso não tem cabimento”, desabafou Aladilce de Souza (PCdoB).
Até mesmo Téo Senna (PTC), integrante da base de sustentação, relativiza a proposta do prefeito João Henrique. “Se for para o bem da cidade e não gerar impacto nos cofres da Fazenda, tudo bem. Nada mais justo. Mas, se uma questão política para acolher novos aliados, aí vai ser horrível e não tenha dúvida de que vai prejudicar Salvador”, disparou.
Já o líder do Thomé de Souza no Legislativo, o vereador Pedro Godinho (PMDB), vê a iniciativa com muito otimismo e revela a ‘fórmula mágica’ para implementar a nova secretaria sem onerar a prefeitura. “Ainda temos ‘gordura’ para queimar e podemos enxugar ainda mais a estrutura da máquina. A vontade de criar a pasta do meio ambiente vai além de um possível acordo com o PV”.
Ele ainda acredita que a matéria não encontrará grande resistência na Câmara. “Não penso em muita objeção. Acho que cada um tem um compromisso com o que é bom para cidade. Nosso desejo é que o projeto seja discutido e tenha o aval de todos para terminar o ano com o orçamento definido e com a nova secretaria instituída”.
Fotos: Edson Ruiz/Bocão News
