Após o deputado estadual Targino Machado (PSC) ter chamado o governdador Jaques Wagner e o líder do Governo, deputado Zé Neto (PT) de "canalha mor" durante pronunciamento em plenário na última terça-feira (29), na Assembleia Legislativa da Bahia, o presidente Marcelo Nilo (PDT) resolveu divulgar a implantação do Conselho de Ética na Casa.
Embora Nilo afirme que a decisão pela implantação do Conselho ocorreu no mês passado, nos corredores da ALBA a informação é de que o ato foi reforçado por alguns pares, após o pronunciamento de Targino, considerado por Zé Neto como “desrespeitoso”.“Não é nada contra o deputado, apenas coincidiu. Os líderes do governo e da oposição ficaram de indicar os nomes e me apresentar na próxima semana”, se defende Nilo em entrevista a Tribuna.
O que se sabe é que, a partir de agora agressões públicas a parlamentares e provocações que beirem ao exagero e sirvam de quebra de decoro parlamentar estarão na mira de oito deputados que irão compor o Conselho de Ética. O objetivo é conter e apurar declarações e atitudes que extrapolem as normas no âmbito Legislativo. O órgão deverá disciplinar e aplicar penalidades que podem chegar a cassação do mandato. Segundo Nilo dos oito parlamentares, seis são do governo e dois da oposição.
Nilo citou como inadmissível os xingamentos e expressões que atinjam de forma pessoal os deputados. Durante a sessão, Targino, conhecido pelas declarações polêmicas, além de aclamar a acusação de chamar os petistas de "canalhas".“O canalha mor é aquele que é o maestro na canalhice. Um está no Palácio de Ondina e o outro que é o líder do Governo. Se eles não sabem o que significa a palavra 'canalha', que vão recorrer ao (dicionário) Aurélio. Eu não nasci deputado e se for cassado não tem problemas, porque eu tenho profissão. O que eu não posso perder é a honra”, afirmou Targino ao vivo.
