Política

Presidente do Bahiano de Tênis é acusado de ‘passar o trator’ no estatuto

Imagem Presidente do Bahiano de Tênis é acusado de ‘passar o trator’ no estatuto
Paulo Magalhães Jr. quer a intervenção do MP 'para abrir a caixa-preta da gestão'  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 03/07/2012, às 17h35   Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)



Sócios do clube Bahiano de Tênis, na Graça, entraram em contato com a redação do Bocão News e listaram diversas irregularidades que têm ocorrido durante a gestão de José Renato Lima, presidente do clube há seis anos. Sucessivas mudanças no estatuto e convocação de eleições irregulares para se manter no cargo; a permanência, ao mesmo tempo, na presidência e como conselheiro do clube; e a tentativa de venda de parte da área do clube foram relatadas pelos membros da entidade.

O Bocão News entrou em contato com um dos conselheiros do Bahiano de Tênis, o vereador Paulo Magalhães Júnior (PSC), que confirmou as denúncias. “Precisamos abrir a ‘caixa preta’ desta gestão do Bahiano de Tênis. José Renato Lima realizou três eleições irregulares e muda o estatuto quando quer, para permanecer no poder. Ele, inclusive, já tinha sido reeleito e não poderia concorrer novamente. Então, mudou o estatuto para continuar no cargo”, declarou.

Sobre a tentativa de venda de uma área de 5.400 m² próxima a Perini, o vereador alega que o processo tem sido nebuloso até para os próprios conselheiros. “Não sei ao certo em que pé está a situação. Sei estava sendo negociado com a OAS e também ouvi falar que haveria conversas com a Odebrecht. De tão escondido, acho que nem ele vai saber informar direito o que está acontecendo. Precisamos da intervenção do Ministério Público e da Justiça para frear os desmandos dessa gestão”, ironizou Magalhães Júnior.

Para o presidente José Renato Lima, tudo isso não passa de “intriga da oposição”. Segundo ele, assembleias-gerais foram realizadas para deliberar sobre os rumos do Bahiano de Tênis. “Nenhuma decisão foi tomada sem consultar os conselheiros. Há cerca de quatro anos, foi realizada uma assembleia em que os conselheiros autorizaram a venda da área. Tudo sempre foi muito transparente na minha gestão”, alegou.

Apesar de afirmar que há transparência, José Renato Lima preferiu manter em segredo os valores envolvidos nas negociações. “Não existe negociação com a Odebrecht. A OAS fez uma proposta e fizemos uma contra-proposta. Como a negociação ainda está em andamento, não posso revelar o valor da proposta. Se a OAS chegar a um valor que julguemos que seja justo, venderemos sim”, bradou o presidente.

A mudança do estatuto também não foi negada por José Renato Lima. “O estatuto foi modificado e foi decidido que eu poderia ser reeleito, mas tudo isso foi feito com a presença dos conselheiros, em assembleia geral. Tudo foi devidamente registrado em ata. Eles (integrantes da oposição) não têm do que reclamar”, defendeu-se.

Novela

Após mais de quatro anos sem definição, a novela envolvendo o terreno do Bahiano de Tênis, parece não ter data para chegar ao fim. A OAS/Gafisa, que ganhou a disputa pelos mais de 5.400 metros quadrados do clube, pretende lançar no mercado o projeto para a área.

Atolado em uma dívida superior a R$ 10 milhões, o presidente de um dos mais tradicionais clubes de Salvador tenta vender parte dos seus 27 mil metros quadrados para tentar sanar a crise.

Se for realmente vendido, a Delicatessem Perini, que arrenda uma área do clube, terá como vizinhos dois prédios residenciais, com mais de 30 pavimentos.

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