Moradores do Limoeiro acusam Ferreira Ottomar de arbitrariedades
Publicado em 19/07/2012, às 18h44 Redação Bocão News
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Mais de 600 moradores do Jardim Limoeiro, localizado na sede de Camaçari, ocuparam o pátio da Câmara Municipal, na manhã de hoje (19/07), para pedir a interferência do Poder Legislativo, a fim de interromper o processo de desocupação de que têm sido vítimas, feito por homens armados, de forma violenta.
O coordenador do MLM (Movimento de Luta pela Moradia), Alimelque Fernandes Cunha, acusa o empresário Antônio Ferreira da Silva, conhecido como Ferreira Ottomar, ex-deputado estadual e hoje presidente municipal do PP (Partido Progressista), de ter ordenado a desocupação, feita de forma arbitrária, durante a madrugada da quarta-feira (18/07).
Os moradores se queixam do fato de Ferreira Ottomar se dizer proprietário da área, embora não apresente documento que comprove a afirmação. Também alegam que foram expulsos das casas enquanto dormiam, debaixo de humilhação e à força, por uma milícia composta por mais de 10 homens fortemente armados.
“Eles chegaram em três carros, duas motos e uma caçamba. Arrombaram as portas das casas, xingaram todo mundo, maltrataram mulheres e crianças e ainda colocaram fogo nos colchões e móveis, além de incendiarem a sede do MLM”, conta o presidente da entidade.
São mais de 1.800 famílias que tiveram de deixar as casas e agora não têm para onde ir. Alguns foram para residências de parentes, mas a maioria permanece desabrigada.
Como não foram bem sucedidos na Câmara Municipal, pois o presidente Zé de Elísio não os atendeu, os moradores seguiram para a Prefeitura, onde uma comissão foi recebida pelo secretário de Governo, Francisco Franco.
Por quase 1 hora os moradores relataram o drama que têm vivido e pediram a ajuda do Executivo. O secretário se comprometeu em cadastrar as famílias na Sedes (Secretaria de Desenvolvimento Social), a fim de incluí-las nos benefícios sociais concedidos pelo governo, inclusive auxílio-moradia, além de estudar a possibilidade de dar assistência jurídica.
Logo após a desocupação arbitrária, os moradores se dirigiram até a 18ª Delegacia Territorial de Camaçari para registrar boletim de ocorrência, mas o delegado plantonista da noite se recusou a notificar o ocorrido. Em uma atitude preventiva, pois Ferreira Ottomar já os havia ameaçado, os moradores prestaram uma queixa crime, dia 12 passado, no Ministério Público.
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