Publicado em 08/08/2012, às 14h51 Rafael Albuquerque (Twitter: @rafaelteescuta)
Não são recentes as denúncias contra os deputados federais baianos Marcos Medrado (PDT) e João Carlos Bacelar (PR), que dão conta de compra e venda de emendas para favorecer municipios que sao bases eleitorais. Mas, foi nesta terca-feira (7) que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar iniciou a instauração dos processos para analisar as denúncias do Psol. Com base em reportagem do jornal O Globo, o partido acusa os deputados de participar de um esquema de compra e venda de emendas ao Orçamento da União. O presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), vai anunciar nesta quarta-feira (8) os nomes dos relatores dos dois processos.
Ontem, Araújo sorteou os nomes de três deputados para cada processo. Os nomes dos relatores vão sair dessa lista tríplice. O relator do processo contra Marcos Medrado poderá ser Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Ricardo Izar (PSD-SP) ou Jorge Corte Real (PTB-PE). Já para relatar o processo contra João Carlos Bacelar poderá ser escolhido o deputado Sibá Machado (PT-AC), Gonzaga Patriota (PSB-PE) ou Evandro Milhomen (PCdoB-AP).
A instauração do processo, propriamente dita, só acontece depois que os relatores são escolhidos. O prazo para os processos serem analisados em Plenário começa a contar nesta quinta-feira (9).
Apesar da denúncia, o deputado Marcos Medrado, em entrevista ao Bocao News, se mostrou tranquilo quando questionado sobre como será sua defesa: “nem defesa eu estou fazendo. Eu não fiz emenda para ninguém e não tenho porque fazer defesa”.
Medrado, cuja base eleitoral é no Subúrbio Ferroviário de Salvador, explicou a situação e citou um possível engano com relação ao seu nome: “Na realidade, foi encontrado na relação das emendas um MM, que pode ser qualquer outro que não Marcos Medrado. Além disso, nunca ouvi falar de compra de emenda. Nem sei se isso realmente existe”, disse, se defendendo da acusação de que recebeu dinheiro de Bacelar para levar as emendas que tem direito para regiões onde o republicano seria beneficiado eleitoralmente.
Por fim, o pedetista confessou ao Bocão News que realmente lhe pediram para “colocar uma emenda para Bacelar”: “É bom mesmo que tudo seja investigado. O prefeito de Teofilandia (Técio Nunes), que vota comigo e votava com Bacelar, me pediu para colocar uma emenda pra Bacelar, mas eu nunca fiz isso”.
Agora, cabe ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que já instaurou os processos, fazer a análise do caso e indicar se realmente houve a compra e venda de emendas dos deputados Medrado e Bacelar.
