Política

Encontro dos prefeitos deve custar R$ 450 mil

Imagem Encontro dos prefeitos deve custar R$ 450 mil
A estimativa é do próprio presidente da UPB, Luiz Caetano   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 11/11/2012, às 12h50   Luiz Fernando Lima (Twitter @limaluizf)


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A primeira impressão de quem chega ao Resort Vila Galé, na praia de Guarajuba, onde está sendo realizado o Encontro de Prefeitos Eleitos e Reeleitos, é de que uma quantia significativa de recursos foi aplicada no evento. A análise não está equivocada. O presidente da entidade, Luiz Caetano, revelou à reportagem do Bocão News de que o total pode chegar aos R$ 450 mil.

No entanto, engana-se quem pensa que os prefeitos ou a própria entidade está desembolsando a volumosa quantia. De acordo com o prefeito de Camaçari, nos seis meses de preparação do evento, a equipe conseguiu arrecadar algo em torno de R$ 500 mil. Entre os investidores estão: Schincariol, Conan, Desenbahia, Alconta (consultora de gestão pública), Bradesco, CNM, Diário Oficial, Coelba, Embasa, secretarias de estado, Sebrael, Caixa e Banco do Brasil.

Caetano não esconde o entusiasmo diante do “maior evento já realizado para os prefeitos baianos”. O clima, a despeito das inúmeras e bem costuradas palestras, é de discussão política. A eleição municipal terminou e a estadual e nacional começou, além do pleito da própria entidade, que foi antecipado para o dia 23 de janeiro, seria em 27.

Entre os palestrantes algumas das figuras tarimbadas e que apesar de serem técnicos com reconhecida experiência nas áreas que foram convidados para fazer a exposição, são peças de destaque no tabuleiro de 2014. Quadros como Rui Costa (Casa Civil), José Sérgio Gabrielli (Planejamento), César Borges (vice-presidente do governo do Banco do Brasil), além do próprio Caetano estão tendo a oportunidade de consolidar os nomes para mais de 350 prefeitos.

(Des) conversa


Depois de “namorar”com a chapa do governador Jaques Wagner (PT) ainda em 2010 quando a majoritária estava sendo montada para a disputa estadual, César Borges (PR) optou por compor com Geddel Vieira Lima (PMDB) e foi derrotado. O ex-senador, no entanto, selou em 2012 a sua entrada na base de sustentação da administração petista. A nomeação ao cargo político no Banco do Brasil e efetivação de José Carlos Mascarenhas na presidência da Conder são marcos desta costura.

Como convidado do evento dos prefeitos, César Borges, falou sobre as soluções do Banco do Brasil para a gestão municipal e foi só. Questionado sobre a movimentação política, o republicano economizou as palavras: “não vim falar hoje de política vim falar com os prefeitos”. Sobre o encontro discorreu: “ser eleito dentro de uma conjuntura como esta. De rendas diminuídas, às vezes o país sem crescer como deveria estar crescendo leva a exigência de um desafio maior. É preciso que todos se reúnam para decidir quais os melhores caminhos. Estou aqui para apresentar soluções para os prefeitos. Soluções criadas pelo Banco do Brasil. Nós queremos trabalhar com os prefeitos”.

O ex-presidente da Petrobras preferiu outro subterfúgio. “A discussão da sucessão do governador é do interesse da exclusivamente da oposição. Para quem está do lado do governo não interessa isso. O nome está posto, reconheço, mas acho que não é o momento para se discutir”. A declaração foi similar à concedida pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), na última sexta (9) após reunião da Sudene em Salvador.

Sobre o evento, Gabrielli ressalta que a secretaria do Planejamento “vai oferecer aos prefeitos eleitos um curso de treinamento, logo em fevereiro ou março, em montagem do Plano Plurianual de Ação (PPA), montagem de plano estratégico e na qualificação ao estado maior das prefeituras”.

O anfitrião entusiasmado não negou que o nome esteja posto, mas também ponderou que não é hora de fazer o debate. Para Caetano, “2014 está começando a ser discutido. O meu nome está sendo colocado e eu fico feliz com isso. Agora, é uma coisa que ainda tem que ser discutida com os partidos aliados, junto com a principal liderança no estado que é o governador Jaques Wagner. Se meu nome for escolhido estarei na linha de frente da campanha, se não for, eu também estarei na linha frente para apoiar o candidato do projeto”.

A despeito das esquivas, nos corredores e em quase toda conversa entre os prefeitos o assunto era a conjuntura. Primeiro a da própria UPB, depois a do estado.

Fotos: Roberto Viana // Bocão News

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