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Pojuca: “Vamos queimar o título de eleitor, já que não serve para nada”

Imagem Pojuca: “Vamos queimar o título de eleitor, já que não serve para nada”
População alega que a prefeita diplomada teve apenas 20% dos votos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/12/2012, às 12h10   Elena Martinez (Twitter: @ElenaMartinez)



Após protestarem na BA-093 na manhã deste sábado (22), contra a diplomação da prefeita de Pojuca Gerusa Laudano, a população organiza novas manifestações para chamar atenção do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Manifestantes prometeram fechar a Av. Paralela na próxima quarta-feira (26), para solicitar aos órgãos competentes que uma nova eleição seja aberta. “Queremos que seja aberto um novo processo de eleição para prefeito na cidade, já que Gerusa Laudano teve menos de 50% dos votos válidos, assim como foi feito em Camamu, seguindo o artigo 224 do código eleitoral. Porque a lei não está sendo aplicada em Pojuca? Vamos protestar na porta do TRE”, disse o presidente da Câmara do Município, Edmar Cordara Farias (PDT).



De acordo com o presidente do PSB de Pojuca, José Carlos Neri a prefeita foi diplomada pelo juiz Marcelo Lagrota com 4.880 votos apenas.  Dr. Toinho foi eleito com mais de 10 mil votos a frente, ou seja, mais de 73% dos eleitores. “A população está revoltada porque nesse caso, deve haver nova eleição. O povo não aceita uma prefeita que tem esse índice de rejeição. Democracia é feita pelo povo. Vamos queimar o título de eleitor, já que ele não serve para nada”, explicou o primeiro suplente da coligação.

Os manifestantes prometeram ainda um ato público neste sábado (22), às 19h, na praça ACM, localizada no centro da cidade. “Vamos estar vestidos de preto e levando nas mãos velas brancas, juntamente, com todos os vereadores eleito e reeleito da cidade”, afirmou o professor Mario Alberto.

O Tribunal Superior Eleitoral divulgou na tarde deste sábado (22), as hipóteses que impedem a diplomação de candidatos a prefeito poder ou não ser diplomados e tomar posse a partir de 1º de janeiro de 2013. Segundo o órgão, as proposições variam de acordo com o andamento de seus processos na Justiça Eleitoral e o resultado do pleito.

De acordo com a publicação, o candidato que obteve mais de 50% dos votos válidos e concorreu com o registro negado, com indeferimento mantido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não pode ser diplomado e, consequentemente, empossado. Assim, um novo pleito, por meio das chamadas eleições suplementares, terá de ser realizado.

“A partir desta determinação do TSE, entendemos que a diplomação da prefeita Gerusa Laudano, com apenas 20% dos votos, foi uma decisão arbitrária do juiz da comarca de Pojuca”, complementou o presidente da Câmara do Município.

A vereadora, Cristiane Mangabeira concluiu que a decisão do juiz foi precipitada. "Não tinhamos a decisão do TSE ainda para que o juiz Marcelo diplomasse a prefeita Gerusa Laudano. Então foi uma atitude completamente precipitada. Vamos chamar a atenção dos ministros, porque a soberania popular onde está? Pojuca pede socorro", relatou.


A equipe de reportagem do Bocão News tentou entrar contato com a prefeita de Pojuca Gerusa Laudano, que alegou estar na estrada e não teria como nos atender.

A reportagem, ao chegar na cidade encontrou os vestígios dos pneus queimados pelos manifestantes sendo retirados da estrada. A prefeitura estava de portões fechados e não tinha ninguém na recepção ou assessoria para atender a equipe.


Conforme informações de motoristas concursados da prefeitura, foram gastos R$ 87 milhões na gestão da prefeita Gerusa Laudano. "Não temos nem farda. Queremos saber onde esse dinheiro foi aplicado, porque não temos educação, saúde, pavimentação, não temos nada em Pojuca", contou revoltado o motorista, Rock Cavalo.



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Fotos: Gilberto Júnior // Bocão News

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