Política

"Estamos aqui porque precisamos", diz líder do MSTS

Imagem "Estamos aqui porque precisamos", diz líder do MSTS
1468 famílias do Movimento dos Sem-Teto de Salvador ocupam o Cajazeiras Golf & Country Club   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/03/2013, às 18h41   Adelia Felix (Twitter: @adelia_felix)




Fundado em 13 de maio de 1983, o Cajazeiras Golf & Country Club, localizado em um bairro humilde de Salvador, Castelo Branco, já foi considerado um dos melhores gramados do Brasil quando estava em plena operação frequentado apenas por empresários e praticantes do golfe. Agora, o cenário no local é outro. Há 33 dias que 1468 famílias do Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS) ocupam a área, segundo a coordenadora geral do Golf, Manuele Oliveira, que conversou com o Bocão News.



“A gente fez uma triagem dos terrenos que não eram utilizados. Conversamos com algumas famílias que passam por necessidade e que não tinham onde morar, e além disso já acompanham o movimento desde 2006. Eles se cadastraram no Minha Casa Minha Vida e não tiveram retorno de casas, de nada do Governo. Muitas casas foram construídas, mas não beneficiam essas pessoas que realmente necessitam. Nós estamos aqui porque precisamos”, relatou a líder.


Manuele contou ainda como é o dia a dia das famílias na localidade. “Todo mundo já vive aqui. Todo mundo toma café e janta aqui mesmo”, disse a coordenadora ressaltando a situação financeira de alguns manifestantes. “A gente ainda não tem local para lavar roupa, alguns vão para casa. Uns têm casas, outras moram de aluguel e outros já entregaram suas casas e estão aqui. Eles estão aqui porque precisam. Vivemos de doação”.


A líder do MSTS do Golf revelou ainda que os manifestantes pretendem ficar no local até que o governo assuma uma posição que os favoreça. “Queremos mostrar para o Governo que eles sempre dizem que não tem terreno para construir casa. A gente encontrou esse terreno que está vazio sem pagar impostos. A gente encontrou esse terreno e estamos morando aqui, na resistência para mostrar a ele que esperamos retorno. As pessoas saíram de suas casas porque buscam um beneficio para ter um futuro melhor para seus filhos. Vamos ficar aqui até o governo tomar uma posição”, relatou.

A reportagem do Bocão News tentou entrar em contato com os donos do clube mas não teve retorno.


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