O impasse entre a Prefeitura e o Governo do Estado continua. O funcionamento do metrô de Salvador ficará dependendo de novos entendimentos entre as partes. Na mesma mesa de debate, em audiência pública, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o secretário Municipal de Transporte, José Carlos Aleluia. Os argumentos foram expostos aos vereadores e à população, na manhã desta quinta-feira (21), no Centro de Cultura. O ponto divergente: o modelo de integração ônibus/metrô. A convergência: a tarifa de ônibus não pode aumentar.
No debate requerido pelas comissões de Planejamento Urbano e Transporte e dirigido pelo presidente da Casa, vereador Paulo Câmara (PSDB), ficou indicado, conforme os gestores estadual e municipal, que a tensão pode ser dissolvida a qualquer momento, não sendo, segundo Rui Costa, “questão política”.
Integração
Ao apresentar os Projetos Estruturantes de Mobilidade Urbana para Salvador, Rui Costa disse que o Governo do Estado investirá R$4,3 bilhões e subsidiará uma parte da tarifa do metrô. Propôs a criação de uma linha especial de ônibus integrada ao metrô, como no Rio de Janeiro. José Carlos Aleluia entende que o atual sistema de ônibus faça a integração. “Um sistema não consegue funcionar dentro do outro. Um tende a morrer”, avaliou Aleluia.
Ao defender os argumentos da linha especial de integração, Rui Costa afirmou que o Governo do Estado tomará conta do sistema metroviário e investirá R$150 milhões por ano, viabilizando o seu funcionamento. Inicialmente, três linhas estarão em operação e com corredores transversais por BRT ou VTL. Também anunciou licitação para a linha de Cajazeiras.
Entendimento
Após os argumentos de Rui Costa e de José Carlos Aleluia, os vereadores fizeram perguntas tentando resolver, naquele instante, o impasse, uma vez que técnicos de transporte dos dois lados estavam presentes. Os vereadores frisaram, unanimemente, que a tarifa de ônibus não pode sofrer aumento.
O vereador Suica (PT), presidente da Comissão de Planejamento Urbano, destacou o emprenho da Câmara em resolver o problema, reforçando que a Prefeitura não tem recursos para operacionalizar o metrô. O vereador Euvaldo Jorge (PP), presidente da Comissão de Transporte, também falou que a Casa quer resolver este problema da cidade, posicionando-se pela tarifa integrada e sem repasse para a população.
Ao final do debate, várias comunidades foram ouvidas. As lideranças de Cajazeiras pediram um metrô na localidade.
Por conta de divergências na plenária, o debate foi encerrado.
O imbróglio do metrô de Salvador já dura 13 anos. Hoje, a tarifa de ônibus é de R$2,80. Estudos preliminares indicam que a tarifa do metrô seria, no mínimo, de R$3,50.
Nota originalmente postada às 18h do dia 21