Um dos grandes problemas no debate sobre a votação das contas de 2009 do ex-prefeito João Henrique (PP) é, de acordo com o líder do Governo na Câmara, vereador Léo Prates (DEM), o poder que qualquer edil tem de trancar a pauta do dia. A atribuição dos parlamentares pode fazer com que a não-votação da matéria se arraste indefinidamente e, por isto, o líder deseja mais tempo para debater melhor o que fazer, uma vez que sua bancada reúne representantes de diferentes relacionamento com JH.Entre os liderados de Léo Prates estão vereadores da legislatura passada e novatos que acabaram de assumir seus mandatos, o que inclui ele próprio. Dos antigos, alguns têm ligação umbilical com o ex-prefeito e, caso desejem “proteger” JH de uma possível rejeição de contas e consequente inegibilidade, poderão simplesmente não concordar com a questão e trancar a pauta, o que é legal segundo o regimento. Na última legislatura, o maior “Exu-Tranca-Pauta” foi o vereador Alcindo da Anunciação (PT).
Prates acredita que a próxima quarta-feira possa ser a data da votação das contas, mas considera mais seguro usar a reunião do colegiado dos líderes da terça para, independente da pressa que enxerga nos colegas, eleger enfim um dia fechado para - aí sim - votar. Esta estratégia, segundo ele, seria a mais segura para convergir as opiniões, costurar uma unanimidade e impedir o trancamento da pauta.
“É preciso que a Câmara compreenda que este Colégio de Líderes é um colégio para consenso, para se construir a bancada. Eu sou a favor da data possível para votar as contas de JH, porque você precisa efetivamente fazer o consenso, senão a Câmara vai debater eternamente e essas contas não vão ser votadas nunca. Porque há instrumentos legítimos de debate interno que permitem ao vereador levar madrugadas e madrugadas votando isso.”
Nota originalmente postada às 19h do dia 26
Gilberto Jr./Bocão News
