Política

MST ocupa rampa da Alba em protesto

Imagem MST ocupa rampa da Alba em protesto
A ação aconteceu pacificamente e marca os 17 anos do Massacre dos Carajás  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/04/2013, às 08h45   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


FacebookTwitterWhatsApp


Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na Bahia ocuparam, pacificamente, a rampa da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17) numa ação que marca os 17 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados no sul do Pará.

Os trabalhadores foram recebidos pelo presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT), que fez questão de declarar apoio ao movimento. “Nós podemos apoiá-los politicamente. Eu digo que quando fui deputado de oposição, durante 16 anos, fiz muitos discursos em defesa da tese. Acredito que o MST é o movimento mais bem organizado desde o descobrimento do Brasil”.

Coordenador do MST no estado, Márcio Matos, avaliou como positivas as ações do governo Jaques Wagner no atendimento às necessidades dos trabalhadores rurais. O papel do Executivo estadual é a de dar a assistência técnica, inclusão produtiva e educação.

“Temos avançado em alguns pontos, mas quase sempre a nossa demanda é maior que a capacidade do governo realizar. O nosso papel é continuar pressionando para que o governo possa atender mais as demandas dos trabalhadores”.

Em pronunciamento na parte externa do Palácio Luís Eduardo Magalhães, Nilo utilizou dois expedientes interessantes: o primeiro foi levantar o nome do governador como alguém que não mudou e que continua a defender os interesses dos trabalhadores rurais. Ato contínuo, “levantou a bola” do deputado federal Valmir Assunção (PT), ex-deputado estadual e coordenador do MST no estado.

“Sempre digo que um palito sozinho é fácil de quebrar, mas se juntar 500 palitos não será fácil partir. O MST é movimento pacífico, ordeiro e com um objetivo específico que é a terra. Então, o homem público tem que apoiar e ponto”.

Embalado, o parlamentar emendou: O presidente da Assembleia Legislativa só vem à rampa receber o governador do estado ou o presidente da República, fiz questão de sair da minha cadeira, do ar-condicionado para falar com vocês que podem contar com esta Casa Povo.

Brasília

Márcio ressalta que ainda nesta quarta, os trabalhadores rurais vão seguir em marcha até a 7ª Vara para uma audiência com a Justiça Federal. “Vamos discutir a emissão de posse e retornamos para a sede do Incra e Dnocs”. Os manifestantes estão acampados no prédio desde a última quinta-feira (11).

Amanhã, o coordenador do MST segue para Brasília. Estará acompanhado pelos secretários Rui Costa (Casa Civil) e Cezar Lisboa (Relações Institucionais). Terá uma audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas (PT).

O dirigente do MST lamentou a atuação do ministro e a falta de ações do Incra. “O Incra tem mais de R$ 200 milhões para investir em infraestrutura e não tem um real aplicado na Bahia”. Segundo ele, acordos firmados no ano passado com o governo federal não foram cumpridos.

Sobre o ministro, Marcio disparou: Pepe Vargas não conhece a reforma agrária no Brasil. Acho que ele não conhece nem no estado dele, o Rio Grande do Sul. Os assentamentos não são favelas rurais. De fato, os assentamentos têm dificuldades pelos entraves criados pelo Incra e pelo governo federal. Mas quem está nos assentamos tem perspectiva de lutar para melhorar a vida. O problema é diferente”.

Para o trabalhador rural, o ministério do Desenvolvimento Agrário e o Incra são ilhas do sul do país.


Nota originalmente postada às 17h do dia 17

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp