Política

Depois de cantar, agradecer e prometer, Lupi diz: quero ser chamado de Meu Rei

Imagem Depois de cantar, agradecer e prometer, Lupi diz: quero ser chamado de Meu Rei
Ex-ministro recebe título de cidadão baiano e garante Nilo na disputa em 2014  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/04/2013, às 12h50   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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Com o mesmo humor com o qual enfrentou o processo que culminou na sua exoneração do Ministério do Trabalho, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, recebeu o título de cidadão baiano proposto pelo deputado estadual Roberto Carlos (PDT) e aprovado pela maioria dos parlamentares da Assembleia Legislativa da Bahia.

O ex-ministro brincou, prometeu e cantou durante a movimentada cerimônia realizada no plenário Luís Eduardo Magalhães na tarde desta sexta-feira (19). Lembrou que conheceu a Bahia pelos versos do samba enredo “Bahia de Todos os Deuses” da escola de samba carioca Salgueiro, escrito pelos compositores Bala e Manuel Rosa em 1969.

A origem humilde de Lupi foi mencionada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), que relacionou-a com a do proponente, Roberto Carlos. O primeiro foi jornaleiro e conheceu o fundador do PDT Leonel Brizola ainda nesta época. O segundo foi ambulante ainda em Juazeiro. O próprio parlamentar de Juazeiro ressaltou a luta de ambos para chegarem onde estão.

Ao agradecer a comenda, Lupi não fugiu das declarações dadas pela maioria dos homenageados com a oficialização da baianidade. Para o pedetista, num país com características tão particulares é fundamental encontrarmos e valorizarmos a história do estado onde nasceu o Brasil. “Quero ser uma espécie de embaixador do estado. Me sinto comprometido com a Bahia. Este estado onde o Brasil se mistura”.

Protagonista

Compondo a mesa de autoridades, o ministro do Trabalho Manoel Dias (PDT) ainda está se adaptando ao novo posto, que assumiu em 15 de março, e pretende apresentar à presidente Dilma Rousseff (PT) um diagnóstico provisório no qual são apontados caminhos para que a pasta volte a ser protagonista “no grande debate nacional sobre o trabalho, emprego e qualificação profissional”.

Questionado sobre as medidas emergenciais que precisam ser adotadas para dar suporte aos cidadãos baianos atingidos pela seca, o chefe da pasta defendeu a ação efetiva da comissão interministerial. “O Ministério tem se reunido toda semana. A comissão tem criado propostas e medidas que possam não apenas minimizar estas questões, mas também políticas públicas que sejam definitivas”.

Brizola Neto

Maneca, como é conhecido entre os correligionários, foi diplomático ao tratar o assunto Brizola Neto. O antecessor foi posto no cargo pela própria presidente Dilma em abril de 2012, e os caciques da legenda não gostaram da decisão alegando que não passou por eles a escolha do substituto do próprio Carlos Lupi.

O novo ministro, contudo, manteve o tom de apaziguar os ânimos e manter o partido na base. Sobre o trabalho do neto do fundador do partido, Manoel Dias defende o “senso comum”. Declarou que vai manter o que de positivo foi realizado e mudar aquilo de negativo.

O presidente da sigla também manteve o tom conciliatório. “Não existe erro. O processo político é assim, às vezes, a gente escolhe um caminho que não é mais adequado. Acho que ela (Dilma) voltou ao leito natural da sua boa relação com o partido. Ela é fundadora do partido. Resgatou isso com a nomeação do Manoel. Nós nos sentimos respeitados e comprometidos com o governo”.

Sucessão

No plano nacional, o PDT sinaliza para a manutenção da parceria com Dilma Rousseff. Na Bahia, não é diferente. Contudo, dentro da concepção de que na democracia é possível dois aliados competirem, Lupi defendeu a candidatura do presidente da Alba, Marcelo Nilo.

O presidente nacional foi o primeiro a lançar, depois do próprio, Nilo como pré-candidato ao governo do estado em 2014. “Nós temos que manter a hegemonia, comandada pelo governador Jaques Wagner, que está avançando. Tem espaço para todo mundo. O sol nasceu para todo mundo e é só deixar ele entrar”.

O ministro foi no mesmo sentido, contudo, mais sucinto: “é um candidato que tem todo direito e condições de ser um bom governador”.


Nota originalmente postada às 19h do dia 19

Classificação Indicativa: Livre

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