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Deputados questionam dados da seca do Governo na Alba

Imagem Deputados questionam dados da seca do Governo na Alba
Rui Costa compareceu a audiência pública para explicar o que governo tem feito durante a estiagem  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/04/2013, às 06h37   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)




O secretário da Casa Civil estadual, Rui Costa, foi à Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (24) para apresentar dados oficiais sobre as ações do Governo do Estado em relação ao combate à seca. O coordenador do Comitê Estadual de Combate à Seca apresentou na audiência pública um relatório que data desde 1999 até este ano aos deputados estaduais na Comissão de Meio-Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). A explanação gerou reações diferenciadas nos blocos de oposição e governo.
Além de Coata, estiveram presentes os secretários de Agricultura, Eduardo Salles, Meio-Ambiente, Eugênio Spengler, representantes do banco do Nordeste, Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), Banco do Nordeste e Embasa, entre outros. A “tropa de choque” auxiliou o coordenador na apresentação, que chamou atenção pela demora: cerca de duas horas.
De acordo com Rui Costa, o volume de verbas investidas pela gestão Wagner é recorde e ultrapassa R$ 8 bilhões ao longo dos últimos anos, com concentração maior nos últimos dois devido à intensificação da estiagem. O relatório apresentou basicamente um resumo da atuação do comitê, situação dos reservatórios e barragens baianos, investimentos atuais e projetos para ampliação das ações preventivas e emergenciais.
Os deputados de oposição reclamaram do formato da audiência pública, que trazia muitos entes governamentais e abria espaço para inscrições dos parlamentares. Entretanto, tudo isso deveria acontecer em um espaço muito curto de tempo, o que irritou especialmente os adversários da base. Diante da desorganização na cessão das palavras, o líder da Oposição, Elmar Nascimento (PR) chegou a ameaçar retirar a bancada da audiência.
O republicano aproveitou para dizer que a explicação do secretário dava aos deputados a sensação de que era preciso aplaudir o Governo do Estado por tantas realizações contra a seca. Entretanto, os relatos de prefeitos do interior, segundo ele, trazem o parlamento de volta à realidade e acusam que Jaques Wagner pouco fez na questão da estiagem baiana. “O secretário fala de um gasto de R$ 8 bilhões, mas se este gasto todo tivesse sido feito, certamente não haveria seca na Bahia”, ironizou. 

Para Nascimento, Rui Costa deveria ser transferido para o Governo Federal, pois basicamente só exibiu realizações apoiadas em verbas vindas de Brasília, uma vez que “a economia do estado está totalmente quebrada e vai levar décadas para se recuperar”. Por fim, acusou o governo de publicizar gastos maiores do que os reais na seca e trabalhar apenas com projeções falsas e "sonhos" para o futuro. "Este desenho (da apresentação) até a minha filha de 12 anos faz igual".
Os governistas celebraram a explicações de Rui Costa e uniram o discurso em prol da ideia de que os investimentos do governo Wagner foram os primeiros em volume tão elevado em toda a história da Bahia para combate e convivência com a seca. O deputado Marcelino Galo (PT) sugeriu que o comitê se tornasse oficial no governo para que pudesse continuar a fazer avaliações do problema e gerir melhor os projetos. Já Joseildo Ramos (PT) disse não entender críticas quanto a buscar verbas federais para obras e programas, uma vez que todo prefeito do Brasil recorre à Presidência da República para viabilizar realizações onde quer que seja.
Costa comentou alguns dos questionamentos e reconheceu que algumas das obras anunciadas pelo governo são fruto da atuação do Ministério da Integração Nacional na época de Geddel Vieira Lima e que há perdas de safra e animais, mas que isto só ocorre porque a questão ambiental é impositiva em relação à econômica. “Não existe lugar no mundo em que a agricultura não seja afetada pelas intempéries e, com isso, o governo não faça subsídios aos produtores”, argumentou. Entretanto, defendeu que o atual comitê transforma a história do estado com relação à estiagem porque, diferente de gestões anteriores, investe em projetos e não apenas no combate os efeitos.

Publicada no dia 24 de abril de 2013, às 15h25

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