Uma reunião marcada para o final da tarde desta sexta-feira (14) pode por fim no impasse que se criou com o lançamento da segunda candidatura petista à presidência da união dos Municípios da Bahia (UPB). O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano convidou o correligionário Nelson Portela, prefeito de Maracás, para uma conversa que tem como objetivo encerrar a questão.
O próprio Portela admitiu em entrevista ao Bocão News que é possível chegar a um acordo que contemple os interesses da Mercovale, associação dos gestores dos municípios de Vale do Jiquiriça, que lançaram a segunda candidatura. “A gente pode retirar. Vou esperar as propostas dele (Caetano) e levar aos membros da associação. Se eles acharem boas não vejo problemas, inclusive, acredito que não vai ter bate chapa”, reconhece.
Questionado sobre as condições para que deixasse a disputa, Portela não entrou detalhes apenas disse que devem passar pelo crivo dos 19 prefeitos da Mercovale.
Por outro lado, Portela, que é vice-presidente da associação, afirmou que a candidatura dele à UPB vem ganhando corpo e que os prefeitos da região tem se mobilizado para trazer aliados. “Sei que não vou ganhar a eleição com o apoio de 19 prefeitos, mas o que impressiona é que desde que lançamos a candidatura, o número de prefeitos que me ligaram foi muito grande. Gente que eu nem conheço”, revelou.
Portela afirmou ainda que se o acordo não for firmado, a tendência é aumentar a campanha ainda mais.
Jonas Paulo
Na última quinta-feira (13), durante a Lavagem do Bonfim, o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, voltou a criticar duramente o prefeito de Maracás, Nelson Portela. De acordo com Jonas, o gestor está cometendo um ato que pode ser entendido como infidelidade partidária.
O presidente da legenda enviou nota ao jornal A Tarde, afirmando que a candidatura de Luiz Caetano é a única petista e que esta decisão foi tomada em dois fóruns do partido. Segundo Jonas, “Só há um candidato do PT à UPB. O partido reuniu no mês de novembro um fórum composto por 67 prefeitos e 44 vices, além da executiva, ocasião em que foi decidido pelo nome de Luiz Caetano para conduzir o processo da UPB, unificar a base do governo”, escreveu.
Jonas afirma na nota que desconhece outra candidatura e manda um alerta direcionado a Portela. Segundo o jornal, o presidente petista declarou que quem desrespeitar a decisão estará transgredindo uma resolução partidária, infringindo a democracia interna e cometendo um ato de indisciplina e infidelidade partidária.
Há mais de três anos no PT, Portela diz ter conversado com petistas mais antigos que desconhecem a existência de resoluções internas que possam configurar a candidatura dele à UPB a um ato de infidelidade partidária. Mais que isso o gestor está indignado com as palavras do presidente estadual.
“Sempre estive do lado do PT. Trabalhei na última eleição para UPB para que Caetano ganhasse. Mais que isso, me empenhei ao máximo na última eleição para presidente, governador, senadores e deputados, tanto é que os resultados dos candidatos da nossa legenda foram expressivos por aqui. É um absurdo isso, tenho direito de concorrer ao cargo”, afirmou o prefeito, que chegou ao partido levado pelo ex-secretário de Relações Institucionais e agora deputado federal, Rui Costa.
Portela faz questão de colocar panos quentes quando o assunto é Caetano. “Sou amigo de Caetano, respeito muito ele, nós não temos problema algum”, disse. Mas vira a metralhadora para Jonas Paulo. “Eu queria que ele dissesse qual foi ato de infidelidade. Meu histórico é limpo, sério. O dele é que eu não sei como é. Ele deve estar atrás de alguma desculpa para apoiar Caetano, que é amigo dele, mas estas acusações são balelas dele. Qual foi a infidelidade que cometi?”.
A reportagem do Bocão News tentou entrar em contato com o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, mas as ligações não foram atendidas.Matérias relacionadas
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