Política

Emergentes: partidos tidos como menores se unem na Bahia

Imagem Emergentes: partidos tidos como menores se unem na Bahia
Indignados com sucessivos abandonos, legendas criam federação estadual  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 09/05/2013, às 06h36   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


FacebookTwitterWhatsApp

Fragilizados com as últimas aberturas de janelas para migração partidária de políticos eleitos, seis legendas baianas se reuniram para constituir a Federação Estadual de Partidos Emergentes. PSL, PTdoB, PRP, PEN, PSDC e PPL promoveram um almoço, nesta quarta-feira (8), para lançar a plataforma de união do agrupamento.

“Vamos funcionar como um partido único. Desta forma, mudaremos o modo como as ditas grandes tratam os nossos diretórios. Aqui não tem legenda de aluguel ou nanica. Temos importantes quadros políticos e capilaridade eleitoral para disputar os espaços e demonstrar a nossa forma de fazer”, defendeu o deputado estadual Nelson Leal (PSL). Em 2012, estes partidos somaram quase 1 milhão de votos nos municípios, ficando atrás apenas do PT, PSD e PP.

O presidente estadual do PRP, Jorge Aleluia, presidirá a federação no momento inicial. A presidente do PTdoB, Dilma Gramacho, foi indicada para a secretaria geral do agrupamento. Os dois terão a missão de redigir o regulamento interno, estatuto e estabelecer, ao lado dos dirigentes das outras legendas, os parâmetros para aceitar ou não novos integrantes.

Leal acredita no fortalecimento de todos os partidos envolvidos neste processo. O primeiro compromisso programático assumido pelo grupo é o de coligar na proporcional de 2014. Neste sentido, a expectativa de Antonio Vasconcelos, presidente do PSL da Bahia, é ousada: temos condições de eleger entre 8 e 10 deputados estaduais , além de 2 ou 3 federais.

Os dirigentes ressaltam que em 2010 foram eleitos cinco parlamentares estaduais pelos partidos, no entanto, duas deputadas – Claudia Oliveira e Maria Luiza Laudano - deixaram o PTdoB quando abriu-se a janela criada pelo PSD e mais recentemente Bruno Reis deixou PRP, após o partido pender à bancada governista.

Atualmente, são três os deputados estaduais da federação: Nelson Leal e Delegado Deraldo Damasceno, ambos do PSL, além de Jurandy Oliveira (PRP). Oliveira, decano da Assembleia Legislativa ao lado de Reinaldo Braga (PR), estava na suplência e voltou ao parlamento com a eleição de Claudia Oliveira para prefeitura de Porto Seguro.

Ainda é prematura qualquer análise mais profunda do impacto da criação da federação nas relações políticas do grupo com as bancadas na Assembleia e com o governo estadual. Entre os envolvidos no processo, o clima é de otimismo e não sem razão.

A princípio, a eleição para deputado estadual será equilibrada e cada voto será importante. Numa coligação com os ditos partidos grandes, o quociente eleitoral, ou seja, a quantidade de sufrágios necessária para eleger um postulante deve ser alta.

Estima-se, por exemplo, que um candidato na chapa do PT deverá ter mais de 45 mil votos para conquistar um assento na próxima legislatura. É neste cenário que a coligação dos partidos “emergentes” se torna atrativa para postulantes com votações médias.

A linha de corte nestas coligações deve ficar na casa dos 25 mil votos. São muitos candidatos com potencial médio de votação. Estes partidos são procurados neste momento. Sabendo disso, os coordenadores da federação já decretaram: não será permitido o ingresso de deputados com mandatos nos partidos constituintes.

Para se filiar a uma das siglas integrantes da federação será preciso ter a aceitação de todos os presidentes estaduais. Este é outro ponto de concordância anunciado nesta quarta. A ideia, conforme defendeu o presidente do PSDC, Antônio Albino, é assegurar a permanência de quem entra e fortalecer o projeto.

2015

Dentro da perspectiva de crescimento do grupo e do número de deputados estaduais e federais eleitos, a federação traça planos para o processo governo. A ideia será pleitear ao menos uma secretaria estratégica. Para Leal, esta não é uma representação de adesismo, mas uma forma de demonstrar a capacidade dos quadros destes partidos de trabalhar para a Bahia.

Brechas

Segundo os envolvidos na fundação da federação, não existe experiência como esta no país. A iniciativa, caso seja bem sucedida, deve pautar uma mudança na associação destes partidos no plano nacional.
Até lá, os baianos vão tentar evitar que a cada oportunidade, quadros eleitos pelas siglas migrem em busca de benefício próprio ou ascensão individual em detrimento do agrupamento responsável pela vitória eleitoral.

O deputado Jurandy Oliveira defendeu outra proposta no start do processo que foi acatada pelos aliados. Suplente na coligação, o parlamentar sentiu na pele a falta de “atenção” dos correligionários eleitos.
A proposta é de pactuar o apoio aos suplentes e demais candidatos com votação expressiva que não conseguiram entrar. Geralmente, os eleitos privilegiam as relações pessoais para assessorá-los negligenciando os aliados que ajudaram na conquista da vaga.

Passos

Nos próximos três meses, Aleluia e Dilma vão formular o regimento da federação. Uma reunião foi agendada para o dia 21 de agosto. Na oportunidade, serão avaliados os passos dados e continuidade do projeto.


Publicada no dia 08 de maio de 2013, às 17h44

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp