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Sobre ministérios e musculatura: Benito Gama pode assumir pasta

Imagem Sobre ministérios e musculatura: Benito Gama pode assumir pasta
Wagner estaria costurando a nomeação do baiano na Esplanada dos Ministérios  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/05/2013, às 07h56   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)



Não foram poucas as declarações do governador Jaques Wagner (PT) no sentido de desvincular potencial de benefícios para a Bahia da presença de baianos nos ministérios estratégicos. Ao se deparar com a enxurrada de críticas da oposição, que alegava perda de prestígio do comandante do Executivo, Wagner argumentava que o importante era a interlocução e a capacidade de trazer recursos.

No último mês, contudo, o petista tem comemorado, sem constrangimento, a costura que culminou com a nomeação de César Borges, ex-presidente estadual do PR na Bahia, para o Ministério dos Transportes. Em discursos proferidos nas últimas semanas, Wagner anuncia a mudança de ventos e a confiança na execução de obras através da capacidade e motivação do novo ministro baiano.

Neste sábado (11), o colunista de A Tarde, Levi Vasconcelos, trouxe à luz outra costura de Wagner. Desta vez, o governador da Bahia estaria costurando a entrada oficial do PTB na base da presidente Dilma Rousseff. De quebra, o petista tenta emplacar Benito Gama, presidente em exercício do partido, em um ministério ainda não revelado. Vale lembrar que o PTB é o partido do ex-deputado Roberto Jefferson, desafeto declarado dos petistas e denunciante, beneficiado, com o caso conhecido como “Mensalão”.

Do outro lado, o deputado federal Antônio Brito, articulador da legenda na Bahia, garante que os problemas entre Jefferson e o PT estão dirimidos e que o partido tem sido aliado da presidente e do governador Wagner. A busca por espaço, neste sentido, é vista com naturalidade pelo parlamentar. De acordo com ele, os seis senadores e 18 deputados federais – o PTB elegeu 22, mas quatro estão licenciados – estão dialogando, mas há um entendimento que Benito Gama é um nome a ser indicado para preencher o espaço concedido pelo governo Dilma.

Vale lembrar que Benito Gama foi secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, na atual gestão de Rosalba Ciarlini (DEM). Deixou o cargo no final de 2012 depois de ser criticado por legisladores do estado. Na oportunidade, assumiu a presidência interina do PTB, vaga surgida após o afastamento de Roberto Jefferson. O PTB subiu no palanque de José Serra (PSDB) em 2010, voltou à base petista depois da vitória de Dilma.

Sobre os cargos, chegou-se a cogitar que os petebistas assumiriam a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, mas a presidente confirmou as expectativas ao nomear o vice-governador de São Paulo Guilherme Afif (PSD) para a cadeira. Comenta-se que o Ministério de Ciência e Tecnologia pode ser o destino.

O PTB chegou a ser sondado por prepostos do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O presidente dos socialistas tem se movimentado para viabilizar a candidatura à presidência da República em 2014. A atração do PTB pode ser fundamental para dar musculatura à Dilma no ano da reeleição. Wagner, como articulador da presidente, seria o “agente” ideal para construir a aliança.

Na Bahia, o PTB também está em negociação com a secretária de Relações Institucionais, Cézar Lisboa (PT). Desde o início do ano, quando ainda estava quente a minirreforma administrativa, que seria promovida pelo governador Jaques Wagner, a legenda estava cotada para assumir o comando de uma pasta. Até o momento, os planos ainda não foram executados.

Antônio Brito garante que a busca por espaço não interfere na disposição da legenda de apoiar o projeto petista no governo federal e estadual. Para ele, o importante é manter o rumo. No entanto, lembra o parlamentar, que o PTB esteve ao lado de Wagner em diversos momentos, como na retirada da pré-candidatura do então vice-prefeito de Salvador Edvaldo Brito, que apoiou Nelson Pelegrino (PT) na disputa pela cadeira no Thomé de Souza.

Publicada no dia 11 de maio de 2013, às 11h36

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